sexta-feira, 12 de junho de 2020

CIÊNCIAS HUMANAS - 3º A - GEOGRAFIA, HISTÓRIA, SOCIOLOGIA E FILOSOFIA

GEOGRAFIA - 3º A - PROF. CASSIO


Habilidade/Competências

  • Identificar elementos histórico-geográficos que expliquem o desencadeamento de inúmeros conflitos étnico-culturais no mundo contemporâneo
  • Ler e interpretar mapas e gráficos relativos à distribuição e à manifestação das principais áreas de conflitos étnico-religiosos no mundo
  • Analisar elementos histórico-geográficos que permitam diagnosticar diferentes argumentações socioculturais para explicar o conceito de América Latina
  • Identificar as principais áreas de tensão da América Latina na atualidade e estabelecer a
      relação entre essas áreas e as consequências do processo de colonização na região
  • Identificar e analisar o papel dos principais atores sociais envolvidos em conflitos recentes na América Latina


CHOQUE DE CIVILIZAÇÕES E PRINCIPAIS CONFLITOS NO MUNDO

Choque de civilizações é uma teoria proposta pelo cientista político Samuel P. Huntington segundo a qual as identidades culturais e religiosas dos povos serão a principal fonte de conflito no mundo pós- Guerra Fria. 
A teoria foi originalmente formulada em 1993, num artigo da Foreign Affairs chamado 
“O Choque de Civilizações”.
A partir dos anos 1990 muito se falou na possibilidade dos conflitos entre civilizações substituírem os enfrentamentos ideológicos do pós Guerra Fria e os antagonismos socioeconômicos entre o “Norte e o Sul”.  
As guerras empreendidas pelos Estados Unidos contra o Afeganistão e o Iraque tem sido vistas como a manifestação de um conflito como entre a civilização ocidental e a islâmica. Os atentados de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos, e de 11 de março de 2004, na Espanha, reforçam para muitos a teoria do “choque de civilizações”. Entretanto a cruzada antiterrorista norte-americana não é contra o islamismo, e o governo Bush sempre fez questão de deixar isso bem claro. Os Estados Unidos tem entre os seus principais aliados vários países islâmicos, como a Arábia Saudita, o Egito, o Kuwait, o Paquistão e a Indonésia, país com a maior população muçulmana do mundo. Com poucas exceções, o mundo islâmico tem apoiado os Estados Unidos em suas ações contra o terrorismo. A tese do “choque de civilizações” é muito simplista diante da complexidade do mundo e da superposição de causas – geopolíticas, culturais, econômicas e sociais – dos embates atuais.

Responda: 

1. Como o texto demostra a questão existente nas diferentes civilizações espalhadas pelo planeta e suas culturas?

2. Os conflitos existem pelo planeta, são necessariamente ocasionados devido a relações religiosas?

AS RELIGIÕES DO MUNDO 

Grande parte dos conflitos mundiais tem origem a partir de questões religiosas. É bom ressaltar que existem fatores de caráter político, econômico, territorial, geopolítico, entre outros.
Atualmente existem inúmeras religiões sendo praticadas no mundo, as principais são:
Cristianismo: possui aproximadamente 2,2 bilhões de adeptos no mundo - essas pessoas são consideradas cristãs. Esse nome advém de Jesus Cristo que, segundo a crença de seus seguidores, veio para trazer a salvação para o homem. Essa religião é monoteísta (adora apenas um deus). Dentro do cristianismo ocorrem divisões, formando ramificações denominadas de:

• Catolicismo: representa as pessoas que seguem a Igreja Católica Apostólica Romana, que possui como autoridade máxima o papa. No mundo são contabilizados cerca de um bilhão de católicos.

• Ortodoxo: é uma religião cristã oriunda de uma separação que aconteceu na Igreja Católica Romana no século XI e que se dispersou no oriente. As principais igrejas são a Católica Ortodoxa e Ortodoxa Russa.

• Protestantes: emergiu a partir de divergências de opiniões dentro da Igreja Católica no século XVI. O surgimento dessa ramificação cristã está ligado à Reforma Protestante. Martinho Lutero foi quem liderou a revolta contra a venda de perdão por parte do clero, além de ser contrário aos dogmas praticados pela Igreja Católica, como a impossibilidade de engano por parte do papa e também a veneração a santos.

Islamismo: é uma religião monoteísta que surgiu no século VII, foi criada por Maomé, seu principal líder. O livro sagrado é o Corão, atualmente possui cerca de um bilhão de adeptos no mundo e é a que mais cresce. O islamismo é difundido especialmente na Ásia e na África, porém existem muitos seguidores em países como a Inglaterra e a Espanha.

Budismo: é uma religião criada por Buda, um príncipe chamado Sidarta Gautama. Surgiu na Índia, no século VI a.C. Dentro do budismo não existe hierarquia, até porque não há um deus, somente um líder espiritual, que é o Buda. No mundo existem cerca de 400 mil seguidores, sobretudo, na Ásia.

Hinduísmo: é uma religião praticada fundamentalmente na Ásia, possui um conjunto de preceitos, doutrinas religiosas baseadas nas escrituras sagradas do Vedas, livro que guarda textos, hinos, louvores e rituais.

Judaísmo: teve início na Palestina, ainda no século XVII a.C. É uma religião monoteísta, seu patriarca é Abraão. Atualmente são aproximadamente 14 milhões de seguidores no mundo.


Responda: 

1. Com base no texto acima, relacione as religiões existente no mundo com os conflitos religiosos, assim relacione as principais religiões e os conflitos relacionados a elas.

2. Quais as religiões predominantes no Brasil? Elabore um mapa expondo essas informações.

3. Faça uma pesquisa sobre os principais conflitos no oriente médio, e estabeleça uma linha do tempo com as informações coletadas. 


A questão étnico-cultural na América Latina

A QUESTÃO ETNICO-CULTURAL

Com o fim da Guerra Fria, o mundo aprendeu a conviver com os mais diferentes tipos de conflitos. A ONU, organização encarregada de zelar pela paz mundial, tem 54 missões de paz espalhadas pelas regiões afetadas por guerra ou em via de pacificação. Assumiu também administração da província de kossovo, os preparativos para a independência do Timor Leste, os acordos para o no governo do Afeganistão e a reconstrução do Iraque após a invasão anglo-americana, ultimas regiões a sofrer violentos combates que resultaram em milhares de mortos.
As guerras entre Estados-nações, guerras civis, guerrilhas, territórios ocupados à força e movimentos separatistas no interior de estados-nações acontecem em vários continentes. Disputa de territórios, questões de fronteiras, soberania do Estado nacional, recursos naturais, rivalidades étnicas e até mesmo a água constituem os principais motivos dos conflitos no mundo atual.
Fato comum também e a ação de grupos separatistas que chamam a atenção do mundo para os seus problemas através de atos terroristas. Entre as organizações mais antigas e ativas estão os grupos ETA e o IRA, ambas na Europa.
As principais áreas de ocorrência de conflitos no mundo são:

  • Oriente Médio: a questão palestina;
  • Europa: IRA;
  • Europa: ETA;
  • Europa: conflitos no Cáucaso (o caso da Chechênia);
  • África: Ruanda;
  • África: Angola;
  • Aia: Caxemira.


Responda:


1. Realize uma pesquisa sobre o tema “A QUESTÃO ETNICO-CULTURAL” e destaque as principais consequências envolvidas nos conflitos étnicos.






ATIVIDADE DE SOCIOLOGIA – 2º BIMESTRE
3ª SÉRIE

PROFESSOR EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS


“Até que a grande massa do povo
seja preenchida com o sentido da
responsabilidade pelo bem-estar
do outro, a justiça social nunca
poderá ser alcançada.”
Helen Keller
  • CONTEÚDO
  • QUAL A IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO POLÍTICA?
  • FORMAS DE PATICIPAÇÃO POPULAR NA HISTÓRIA DO BRASIL.
  • COMPETÊNCIA - HABILIDADE
  • INTERPRETAR E ANALISAR CRITICAMENTE FATOS E EVENTOS HISTÓRICOS
  • AVALIAÇÃO PROCESSUAL – HABILIDADES
  • Relacionar um dado conjunto de reivindicações de movimentos sociais aos problemas decorrentes da desigualdade social presente no país;
  • Identificar as principais reivindicações dos movimentos sociais contemporâneos.



LEITURA, REFLEXÃO E ANÁLISE DE TEXTO E IMAGENS I
IMAGEM I
A política se estende para além dos partidos políticos, das eleições e dos governos. Por isso, devemos compreender a importância dos movimentos sociais para obtenção e manutenção de direitos, para a fiscalização de podres em suas três formas (legislativo, judiciário e executivo), ou mesmo onde os governos prestam um serviço precário.
IMAGEM II
Se você já tem mais de 16 anos já providenciou o seu título eleitoral? Você acredita que o título de eleitor é o documento que habilita a participação política? O que você entende por movimentos sociais?  Em uma sociedade como a nossa, muitas pessoas se mobilizam e buscam garantias a ampliação de direitos, por meio de engajamento em de articulações política em torno de demandas oriundas do trabalho, meio ambiente, identidade, saúde etc.
Muitas reivindicações são atendidas mediante a criação e manutenção de leis e políticas públicas, construídas em amplos debates e com o envolvimento de diversos atores, com participação direta ou indireta.
Tomemos como exemplo as Constituições de 1824 (Império) e de 1891 (Primeira República), que, embora não trouxessem nenhum impedimento ao voto feminino, também não garantiam sua efetiva participação nas eleições. As mulheres só conseguiram, de fato, votar e serem votadas para cargos eletivos em 1933, com a promulgação do Código Eleitoral de 1932. Apesar disso, ainda hoje a representatividade delas em cargos eletivos, tanto do executivo quanto do legislativo, não reflete a quantidade de mulheres que existe na sociedade brasileira. De onde decorre a necessidade de medidas legais e políticas, como a criação da lei nº 9.504/1997 (Lei das Eleições), que determinou um mínimo de 30% de vagas em cada partido e coligação a serem preenchidas por candidatas em todos os pleitos. Compreende-se que as conquistas obtidas pelas mulheres ao longo da história resultam de mobilização política com foco na justiça social.

ETAPA 1 REVOLTAS POPULARES DO SÉCULO XIX E XX
A experiência da colonização gerou profundas tensões sociais entre grupos diferentes, que entraram em conflito pela posse de territórios, pelo direito à exploração de recursos, uso da terra, extração de minérios (especialmente o ouro) e também de exercer atividade s comerciais, vendendo e usufruindo livremente do lucro obtido a partir da comercialização da sua produção. Esses conflitos podem ser identificados durante todo o período de colonização e persistiram durante o Império. Posteriormente, já durante a República Velha, adquiriram outras características que geraram movimentos de natureza nitidamente popular, ou seja, que envolveram as camadas da população que não tinham acesso aos processos de decisão política, mas se organizaram de alguma forma, sob lideranças, em defesa de territórios, bens, membros dos grupos, ideias e objetivos.
Após a Independência do Brasil, podem ser identificados vários movimentos que contaram com a participação das camadas mais pobres da população. Na primeira metade do século XIX, essas rebeliões tiveram como denominador comum a insatisfação com os governos locais e suas decisões, bem como a situação de pobreza e miséria em que vivia a maior parte dessa população, o que gerou conflitos e tensões e a formação de grupos rebeldes organizados em torno de lideranças locais. Em alguns casos elas tiveram caráter
nitidamente separatista, como, por exemplo, a Cabanagem, na província do Grão-Pará, em 1835.
Da segunda metade do século XIX em diante, após a consolidação do poder imperial, as rebeliões s populares ganharam um caráter diferente. Elas se caracterizam por constituírem, sobretudo, reações às reformas introduzidas pelo
governo, como, por exemplo, a introdução do registro civil de nascimento e de novos sistemas de pesos e medidas.
Já na passagem da Monarquia para a República, o foco das rebeliões passa a ser a disputa pela terra. É o período em que os movimentos camponeses
se voltam contra o poder dos chamados “coronéis”, ou como eram conhecidos os líderes políticos locais, que detinham o poder de subjugar o trabalho livre após o fim da escravidão;
EXERCÍCIOS:  COM BASE NA LEITURA DO TEXTO ACIMA, RESPONDA AS SEGUINTES QUESTÕES:
1.Qual a importância da participação política para o exercício da democracia e o bem-estar do indivíduo dentro da sociedade?
2.Qual o papel dos movimentos sociais no atendimento as reivindicações e demandas sociais das classes sociais mais marginalizadas e oprimidas da sociedade?
3.Observe as imagens a seguir, elas representam algumas formas de participação política presentes em nosso cotidiano. Identifique cada uma delas e escreva um nome para cada figura.

4. Como os movimentos sociais ajudaram o Brasil a combater a escravidão durante o século XIX? A partir dos seus conhecimentos prévios e da leitura acima, cite algumas dessas conquistas.
5.Os movimentos sociais têm uma longa história, marcada por continuidades e transformações em relação à forma e ao conteúdo das suas demandas. Recentemente, novas modalidades de mobilização surgiram com as novas tecnologias de comunicação e informação, responsáveis por alterar o modo como indivíduos e grupos sociais se expressam no mundo. Considerando a ilustração a seguir, disserte sobre as continuidades e descontinuidades dos movimentos sociais ao longo das últimas décadas, tratando de seu conceito, de sua história e de suas transformações. 
OBS I: RECURSOS PARA APLIAR A PERSPECTIVA DO ALUNO PARA A COMPREENSÇÃO DOS TEMAS:
Manuel Castells - Movimentos sociais para mudar o mundo

OBS II: mínimo de quatro linhas para as respostas de cada item que podem ser enviadas para o seguinte e-mail: eduolis@hotmail.com.




FILOSOFIA – 3º A
PRIMEIRA ATIVIDADE DO SEGUNDO BIMESTRE 2020
Prof.ª MARIA JOSÉ
VAMOS ESTUDAR NESTE SEGUNDO BIMESTRE, Características do Discurso filosófico – comparação com o discurso religioso.

HABILIDADES/COMPETÊNCIAS: Identificar marcas dos discursos filosóficos, mitológico e religioso. Característica do discurso filosófico: comparação com o discurso religioso


TERCEIRO ANO DO ENSINO MÉDIO 


TEMA: CARACTERÍSTICAS DO DISCURSO FILOSÓFICO – COMPARAÇÃO COM O DISCURSO RELIGIOSO (PÁG.81)


Ao comparar o discurso religioso com o discurso filosófico, busque marcas de distinção entre eles. Leia para esse exercício os dois fragmentos de texto, a seguir. 
“Este grande frutificar da palavra de Deus é o em que reparo hoje; e é uma dúvida ou admiração que me traz suspenso e confuso, depois que subo ao púlpito. Se a palavra de Deus é tão eficaz e tão poderosa, como vemos tão pouco fruto na palavra de Deus? (...). Se com cada cem sermões se convertera e emendara um homem, já o Mundo fora santo. Este argumento de fé, fundado na autoridade de Cristo, se aperta ainda mais na experiência, comparando os tempos passados com os presentes. Lede as histórias eclesiásticas, e acha-las- eis todas cheias de admiráveis efeitos da pregação da palavra de Deus. Tantos pecadores convertidos, tanta mudança de vida, tanta reformação de costumes (...)as mocidades e as gentilezas metendo-se pelos desertos e pelas covas; e hoje? – Nada disso. Nunca na Igreja de Deus houve tantas pregações, nem tantos pregadores como hoje. Pois se tanto se semeia a palavra de Deus, como é tão pouco o fruto? Não há um homem que em um sermão entre em si e se resolva, não há um moço que se arrependa, não há um velho que se desengane. Que é isto? Assim como Deus não é hoje menos omnipotente, assim a sua palavra não é hoje menos poderosa do que dantes era. Pois se a palavra de Deus é tão poderosa; se a palavra de Deus tem hoje tantos pregadores, porque não vemos hoje nenhum fruto da palavra de Deus? Esta, tão grande e importante dúvida, será a matéria do sermão. Quero começar pregando-me a mim. Amim será, e também a vós; a mim, para aprender a pregar; a vós, que aprendais a ouvir.
Sermão da Sexagésima. Padre Antônio Vieira1
1 VIEIRA, Antonio (Padre). Sermão da Sexagésima. In: Sermões Escolhidos, vol.02. São Paulo: Edameris, 1965.  Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro. Disponível em: <http://www.culturatura.com.br/obras/Serm%C3%A3o%20 da%20Sexag%C3%A9sima.pdf > Acesso em 11/12/2019. CADERNO DO ALUNO82.

APÓS A LEITURA ATENTA RESPONDA:

  1. Quais elementos do texto indicam que o tema tratado tem relação com religião? Segundo o texto, os poucos resultados (frutos da palavra de Deus) não se devem, nem a certa fragilidade do poder da palavra, nem à falta de pregadores. Então, qual seria o problema? 


LER ATENTAMENTE O PRÓXIMO TEXTO PARA RESPONDER O QUE SE PEDE: 
SEÇÃO I – DAS DIFERENTES CLASSES DE FILOSOFIA
A FILOSOFIA MORAL, ou ciência da natureza humana, pode ser tratada de duas maneiras diferentes; cada uma delas tem seu mérito peculiar e pode contribuir para o entretenimento, instrução e reforma da humanidade. A primeira considera o homem como nascido principalmente para a ação; como influenciado em suas avaliações pelo gosto e pelo sentimento; perseguindo um objeto e evitando outro, segundo o valor que esses objetos parecem possuir e de acordo com a luz sob a qual eles próprios se apresentam. Como se admite que a virtude é o mais valioso dos objetos, os filósofos desta classe pintam-na com as mais agradáveis cores e, valendo-se da poesia e da eloquência, discorrem acerca do assunto de maneira fácil e clara: o mais adequado para agradar a imaginação e cativar as inclinações (...) Fazem-nos sentir a diferença entre o vício e a virtude; excitam e regulam nossos sentimentos; e se eles podem dirigir nossos corações para o amor da probidade e da verdadeira honra, pensam que atingiram plenamente o fim de todos os seus esforços. Os filósofos da outra classe consideram o homem mais um ser racional que um ser ativo, e procuram formar seu entendimento em lugar de melhorar-lhe os costumes. Consideram a natureza humana objeto de especulação e examinam-na com rigoroso cuidado a fim de encontrar os princípios que regulam nosso entendimento, excitam nossos sentimentos e fazem-nos aprovar ou censurar qualquer objeto particular, ação ou conduta. Julgam uma desgraça para toda a literatura que a filosofia não tenha estabelecido, além da controvérsia, o fundamento da moral, do raciocínio e da crítica(...). Enquanto tentam realizar esta árdua tarefa, nenhuma dificuldade os desencoraja; passam de casos particulares para princípios gerais, e conduzem ainda mais suas investigações para princípios mais gerais, e não ficam satisfeitos até chegar àqueles princípios primitivos que, em toda ciência, devem limitar toda curiosidade humana. Embora suas especulações pareçam abstratas e mesmo ininteligíveis aos leitores comuns, aspiram à aprovação dos eruditos e dos sábios e consideram-se suficientemente compensados pelo esforço de toda a existência se puderem descobrir algumas verdades ocultas que possam contribuir para o esclarecimento da posteridade. Certamente, a filosofia fácil e dada terá sempre preferência, para a maioria dos homens, sobre a filosofia exata e abstrusa; e por muitos será recomendada, não apenas como a mais agradável, mas também como mais útil do que a outra. Ela penetra mais na vida cotidiana, molda o coração e os afetos, e ao atingir os princípios que impulsionam os homens, reforma-lhes a conduta e aproxima-os mais do modelo de perfeição que ela descreve. Ao contrário, a filosofia abstrusa, alicerçada numa concepção que não pode penetrar na vida prática e na ação, desvanece quando o filósofo sai da sombra e penetra no dia claro, nem seus princípios podem manter facilmente qualquer influência sobre nossa conduta e aproxima-os mais do modelo de perfeição que ela descreve. Ao contrário, a filosofia abstrusa, alicerçada numa concepção que não pode penetrar na vida prática e na ação, desvanece quando o filósofo sai da sombra e penetra no dia claro, nem seus princípios podem manter facilmente qualquer influência sobre nossa conduta e nossos costumes. Fragmento retirado do Livro: Ensaio sobre o Entendimento Humano. David Hume.



RESPONDA COM BASE NO TEXTO:
  1. Segundo Hume, a Filosofia moral (ou a Ciência da Natureza Humana) apresenta-se de duas maneiras: uma orienta-se para a ação e outra para racionalidade. Qual é a mais apreciada pelo autor? Identifique as passagens do texto capazes de comprovar a sua resposta. 
  2. “Abstrusa” é uma palavra recorrente no texto (há três ocorrências), qual é o seu significado? Qual sua importância para compreensão do texto?
  3. Para apresentar a filosofia moral e os seus modos, Hume faz uso da “palavra de Deus” ou outro elemento que remete a alguma religião? Qual é a base do argumento de Hume para expor as duas maneiras de fazer filosofia moral? 

BONS ESTUDOS!





Prof. Francisco Andrade
      HISTÓRIA – 3º Ano



Habilidade: Analisar os efeitos da globalização da economia e os processos de interdependência entre as economias nacionais acentuados por esse processo. 

A crise econômica de 1929 e seus efeitos mundiais

Antes da crise de 1929 estourar, os Estados Unidos já ocupavam o posto de maior economia do mundo. Antes mesmo da Primeira Guerra Mundial, a economia americana já possuía índices que comprovavam essa supremacia, e os eventos da guerra só acentuaram a posição de potência econômica internacional dos Estados Unidos.
Em virtude do rápido crescimento da economia americana após a guerra, a década de 1920 foi um período de grande euforia econômica, o qual ficou conhecido como Roaring Twenties (traduzido para o português como Loucos Anos Vinte). Esse momento da história americana ficou marcado principalmente pelo avanço do consumo de mercadorias, consolidando o American way of life, o estilo de vida americano.
O avanço da economia americana tornou o país responsável pela produção de 42% de todas as mercadorias feitas no mundo. A nação também era a maior credora do mundo e emprestavam vultuosas somas de dinheiro para as nações europeias em processo de reconstrução (após a Primeira Guerra). No quesito importação, os Estados Unidos eram responsáveis por comprar 40% das matérias-primas vendidas pelas quinze nações mais comerciais do mundo.
Essa euforia econômica refletia-se na população a partir de um consumismo acelerado, levando as pessoas a comprarem carros e artigos eletrodomésticos de maneira desenfreada. Esse consumismo ancorava-se, em parte, na expansão do crédito que acontecia no país sem nenhum tipo de regulação ou intervenção estatal. A expansão do crédito também cumpria importante papel no financiamento de diferentes atividades econômicas. Com esse quadro, os Estados Unidos viviam um momento de pleno emprego e rápido crescimento industrial. Entre 1923 e 1929, os Estados Unidos possuíam uma taxa média de desemprego de 4%, a produção de automóveis no país aumentou 33%, o número de indústrias instaladas no país aumentou por volta de 10% e o faturamento do comércio quintuplicou.
Por causa do boom econômico e da onda de euforia, as pessoas passaram a investir de maneira intensa no mercado financeiro, disparando a especulação monetária. Durante a década de 1920, os investimentos nas ações das empresas na bolsa de valores de Nova Iorque tiveram saltos consideráveis.
O sentido de especulação financeira aqui está relacionado com pessoas que compravam ações na bolsa, esperando que estas se valorizassem para logo em seguidas revendê-las. Esse processo fazia com que os valores das ações aumentassem – pois havia muitos compradores – e criava uma falsa sensação de prosperidade. A continuidade desse falso cenário de prosperidade financeira e a superprodução resultaram na quebra da economia americana.

Quebra da bolsa de Nova Iorque

Toda essa prosperidade estava amparada em bases extremamente frágeis. O crédito desregulado e o crescimento da especulação financeira criaram uma bolha de falsa prosperidade que estava à beira do precipício. A sociedade tornou-se incapaz de perceber o que estava prestes a acontecer. Esse processo foi explicado por Hobsbawm da seguinte maneira:
O que acontecia, como muitas vezes acontece nos booms de mercados livres, era que, com os salários ficando para trás, os lucros cresceram desproporcionalmente, e os prósperos obtiveram uma fatia maior do bolo nacional. Mas como a demanda da massa não podia acompanhar a produtividade em rápido crescimento do sistema industrial nos grandes dias de Henry Ford, o resultado foi superprodução e especulação. Isso, por sua vez, provocou o colapso.

A questão salarial que foi mencionada no trecho acima é muito importante para entendermos uma das facetas da crise: a superprodução. Na década de 1920, a indústria dos Estados Unidos expandiu-se e a produtividade do trabalhador aumentou. Esse aumento na produção, no entanto, não foi acompanhado de aumentos salariais, pois os salários permaneceram estagnados. Assim, o mercado não teve condições de absorver a quantidade de mercadorias que eram produzidas (nem o mercado americano nem outros países conseguiam absorver essas mercadorias). Isso abalou a esperança de rápida prosperidade de muitos que tinham ações de empresas americanas.
Milhares de pessoas resolveram vender as suas ações no dia 24 de outubro de 1929, no que ficou conhecido como quinta-feira Negra. Nesse dia, mais de 12 milhões de ações foram colocadas à venda, o que deixou o mercado em pânico. Essa situação se estendeu por dias e na segunda, dia 28, mais 33 milhões de ações foram colocadas à venda. Imediatamente o valor das ações despencou, e bilhões de dólares desapareceram. A economia americana quebrou.

Desempregados em uma fila à espera de receber alimento em Nova Iorque, em 1930
 Desempregados em uma fila à espera de receber alimento em Nova Iorque, em 1930

Consequências da Crise de 1929

Os efeitos da crise para a economia dos Estados Unidos foram imediatos e espalharam-se pelo país como um efeito dominó. O período mais crítico foi de 1929 a 1933; logo após, os efeitos da crise foram enfraquecendo-se, principalmente por causa da intervenção do Estado na economia com o New Deal (Novo Acordo).
Abaixo alguns dados que evidenciam o impacto da crise na economia dos Estados Unidos:
  • PIB nominal dos Estados Unidos caiu aproximadamente 50%
  • O desemprego disparou e alcançou 27% (era 4% antes da crise)
  • Importações caíram 70%
  • Exportações caíram 50%
  • Diminuíram em 90% os empréstimos internacionais
  • Produção industrial caiu, no mínimo, 1/3
  • Produção de automóveis foi reduzida em 50%
  • Salário médio na indústria caiu 50%
  • Falência de milhares de empresas e bancos
Milhares de pessoas perderam instantaneamente todo seu patrimônio, uma vez que ele estava investido em valores da especulação que haviam desaparecido com a quebra da bolsa. Os efeitos da crise espalharam-se pelo mundo, por isso, a economia de diversos países entrou em recessão, e o desemprego disparou mundo afora.
A situação era tão crítica que o desemprego alcançou níveis altíssimos nos seguintes países:
  • Grã-Bretanha: 23%
  • Bélgica: 23%
  • Suécia: 24%
  • Áustria: 29%
  • Noruega: 31%
  • Dinamarca: 32%
  • Alemanha: 44%
A maioria desses países teve dificuldade em reduzir esses índices mesmo após 1933. Vale dizer também que esses dados nos dão uma pista do motivo pelo qual o fascismo e os ideais de extrema-direita tiveram tanta repercussão nos quadros políticos da Europa durante a década de 1930. Ao todo, o comércio internacional foi reduzido em aproximadamente 1/3.

Consequências da Crise de 1929 no Brasil

O Brasil também sentiu os impactos da Crise de 1929. A área que sofreu mais com a recessão econômica foi a de produção do café – o principal produto de exportação do país. O Brasil era responsável por cerca de 70% do café comercializado no mundo, e o principal consumidor da nossa mercadoria eram os Estados Unidos (compravam cerca de 80% do nosso café).
Com a recessão, o café estagnou-se no mercado brasileiro, e o preço do produto despencou. Os cafeicultores tiveram prejuízos gigantescos. No auge dessa crise, o país enfrentou transformações políticas profundas com o acontecimento da Revolução de 1930. O novo governo teve Getúlio Vargas como presidente provisório.
A mudança política em si que aconteceu nesse período já é levantada pelos historiadores como uma consequência indireta da recessão sobre o nosso país. Além disso, as exportações do café brasileiro reduziram-se por volta de 60%, e o preço do café no mercado internacional caiu cerca de 90%. Com isso, o governo resolveu agir.
A medida de Vargas na economia foi a de proteger o principal produto do país. Para isso, foi criado o Conselho Nacional do Café (CNC) em 1931. Para conter a queda no valor do café, o governo decidiu realizar a compra das sacas que estavam paradas para aumentar o valor do café no mercado internacional. As sacas que foram compradas pelo governo eram incendiadas. Essa prática estendeu-se durante treze anos, resultando na destruição de 78,2 milhões de sacas de café.


Mapa Mental: Crise de 1929.
Mapa Mental: Crise de 29

Atividade de Fixação
1)- A crise econômica de 1929, por sua profundidade e extensão, atingiu todo o mundo ligado ao capitalismo. Quais foram os efeitos dessa crise no Brasil, sob os aspectos econômicos e políticos?
2)- Qual o significado da expressão "American way of Life" ?
3)- Caracterize a Grande Depressão e indique o motivo pelo qual seus efeitos foram sentidos em diversas regiões do mundo.
4)- Explique um fator relacionado com a origem da crise de 1929.
5)- O que foi a política do “New Deal”?

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