sexta-feira, 18 de setembro de 2020

II ATIVIDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS - 2º A B - 3º BIMESTRE - FILOSOFIA - SOCIOLOGIA - HISTÓRIA - GEOGRAFIA - PROJETO DE VIDA

 

II ATIVIDADE DE FILOSOFIA3º BIMESTRE

2ª SÉRIES  A  B

PROFESSORA: MARIA JOSÉ F. BATISTA

 

HABILIDADE:

(EM13CHS502) analisar situações da vida cotidiana (estilos de vida, valores, condutas etc.), desnaturalizando e problematizando formas de desigualdade e preconceito, e propor ações que promovam os Direitos Humanos, a solidariedade e o respeito às diferenças e às escolhas individuais.

 

 

TEMA:  FILOSOFIA, DIREIROS HUMANOS, DESIGUALDADE SOCIAL

 

Na atividade anterior iniciamos o conteúdo tratando do tema, desigualdade e angústia.

 

TEXTO 1

Para retratar uma realidade da sociedade de classes, atravessada pela desigualdade política, e que participa de um círculo de mensagens enigmáticas e traumáticas. O autor relata que as crianças pobres frequentemente se chocam, por exemplo, quando sua mãe é obrigada a entrar pelos fundos, no prédio em que vai fazer faxina; ou quando seu pai se mostra inferior e calado diante da brutalidade de um superior. Quem poderia facilmente explicar às crianças o que se passa? Este retrato mostra a questão da divisão política, econômica e cultural em que a humilhação se tornou uma modalidade de angústia e de desigualdade de classes. Angústia que muitos conhecem bem e que, entre eles, inscreve-se no núcleo de sua submissão. Os pobres sofrem frequentemente o impacto dos maus tratos. Psicologicamente, sofrem continuamente o impacto de uma mensagem estranha, misteriosa: "vocês são inferiores". E, o que é profundamente grave: a mensagem passa a ser esperada, mesmo nas circunstâncias em que, para nós outros, observadores externos, não pareceria razoável esperá-la. Para os pobres, a humilhação ou é uma realidade em ato ou é frequentemente sentida como uma realidade iminente, sempre a espreitar-lhes, onde quer que estejam, com quem quer que estejam. O sentimento de não possuírem direitos, de parecerem desprezíveis e repugnantes, torna-se-lhes compulsivo: movem-se e falam, quando falam, como seres que ninguém vê.

 HUMILHAÇÃO SOCIAL – UM PROBLEMA POLÍTICO EM PSICOLOGIA. José Moura Gonçalves Filho. Instituto de Psicologia – USP

 

 

TEXTO 2

UBUNTU COMO FUNDAMENTO

Alexandre do Nascimento

Ubuntu! Aprendizado de uma visita imaginária. Quando estive na África do Sul visitei uma comunidade de etnia Zulu. Lá conheci pessoas, assisti a uma apresentação de danças e pude presenciar alguns costumes, o principal deles era o de fazer as coisas coletivas sempre da forma mais simples e em grupo, nunca uma pessoa só, como quando, no almoço, usei as mãos para levar os alimentos à boca, sentado no chão junto com outras pessoas em volta de um belo tecido colorido onde foram postas as comidas. Tudo muito alegre, solidário, suave e lindo. Já quase na hora de voltar para o hotel onde eu estava hospedado, como havia naquela comunidade muitas crianças e elas gostavam de futebol, propus a elas uma brincadeira para eu me despedir, uma corrida em que a criança que chegasse em primeiro lugar ganharia uma bola como prêmio. Elas imediatamente toparam. Então organizei as linhas de partida e a chegada. Todas as crianças se posicionaram na linha de partida e o combinado era que quando eu desse o sinal elas começariam a correr e direção à linha de chegada. Com tudo pronto, dei a partida e as crianças iniciaram a corrida. Curiosamente para mim, elas correram juntas e chegaram juntas na linha de chegada. Como achei aquilo diferente, eu lhes perguntei porque fizeram isso, ou seja, porque saíram, correram e chegaram juntas. Uma delas me respondeu: É Ubuntu, senhor, somos cada uma e cada um de nós porque nós fazemos e fazemos tudo junto. O senhor não percebeu que tudo que fizemos hoje, fizemos juntos? Meus olhos transbordaram de emoção. Nunca uma experiência me afetou tão fortemente. Ubuntu, ternura e constituição comum do comum.

Ubuntu, palavra existente nos idiomas sul africanos zulu e xhosa que significa “humanidade para todos”, é a denominação de uma espécie de “Filosofia do Nós”, de uma ética coletiva cujo sentido é a conexão de pessoas com a vida, a natureza, o divino e as outras pessoas em formas comunitárias. A preocupação com o outro, a solidariedade, a partilha e a vida em comunidade são princípios fundamentais da ética Ubuntu. Bas’Ilele Malomalo (2014).

Do ponto de vista filosófico e antropológico, o ubuntu retrata a cosmovisão do mundo negro-africano. É o elemento central da filosofia africana, que concebe o mundo como uma teia de relações entre o divino, a comunidade (mundo dos seres humanos) e a natureza (composta de seres animados e inanimados).

Responda as questões abaixo de acordo com os textos.

 

  1. A partir da reflexão dos temas abordados nos textos acima, descreva quais argumentos você considera ser o melhor indicado para buscar formas de combater a humilhação.
  2. Com base no que foi apresentado no texto 2, identifique e relate quais possibilidades e estratégias para a inclusão social e política com relação aos direitos de todos os seres humanos, independentemente de sua classe social ou origem ou gênero.
  3. Indique a importância da experiência educacional e da prática ubuntu como forma combate a humilhação, independente da condição socioeconômica.


PARA RESPONDER AS QUESTÕES 4 E 5 ASSISTA NOVAMENTE AO VÍDEO: “VISTA MINHA PELE”,

            <https://www.youtube.com/watch?v=FRq4fkkm5Iw>. Acesso em 27.jan.2020.

              

  1. Numa sociedade em que a prática do Ubuntu fosse aplicada, descreva como poderia ser a história retratada neste vídeo?
  2. Escolha uma das cenas do vídeo e conte-a a partir das ideias do ubuntu – humanidade para todos.

 

Vídeo de Apoio Didático:

“Vista minha pele” Direção Joel Zito Araújo. Produção: Casa de Criação Cinema e Propaganda/ Liminis Produções artísticas. Duração: 28mins. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=FRq4fkkm5Iw>. Acesso em 27.jan.2020.

Leitura Complementar

Caderno do Aluno – São Paulo Faz Escola – Volume 3 – Filosofia.

 

ORIENTAÇÕES:

Busque compreender e aplicar conceitos básicos para responder as atividades.

Enviar para o e-mail: romeumontoropei@gmail.com.

 

ATIVIDADE DE SOCIOLOGIA – 3º BIMESTRE

2ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO

TURMAS “A” e “B”

 

PROFESSOR EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS

“A tortura deu lugar às descobertas mecânicas

mais engenhosas, cuja produção dá trabalho

a uma imensidade de honestos artesãos.”

Karl Marx

 

HABILIDADE (EM13CHS404) identificar e discutir os múltiplos aspectos do trabalho em diferentes circunstâncias e contextos históricos e/ou geográficos e seus efeitos sobre as gerações, em especial, os jovens e as gerações futuras, levando em consideração, na atualidade, as transformações técnicas, tecnológicas e informacionais.

  

TEMA: Divisão social do trabalho

Leitura e Análise de Texto I

            Texto I

            “O esfacelamento do mundo feudal consistiu em um longo processo, no qual as velhas formas de trabalho artesanal foram sendo substituídas pelo trabalho em domicílio, a partir do campo, produzindo para as indústrias em desenvolvimento nas cidades. Assim, durante o século XIV, foram desenvolvidas as indústrias rurais em domicílio, como forma de aumentar a produção. Os comerciantes distribuíam a matéria-prima nas casas dos camponeses e ali era executada uma parte ou a totalidade do trabalho. Essas indústrias representaram uma forma de transição entre o artesanato e a manufatura e permitiram a acumulação de capital nas mãos desses comerciantes, além de formar mão de obra para o trabalho industrial nas cidades.”

Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola           

            Texto II

            “[...] Na Idade Média, as pessoas trabalhavam nos campos, ligadas a um senhor feudal, ou moravam nos burgos e eram artesãos. Em todos esses momentos da história, as pessoas executavam algum trabalho, mas não tinham emprego. O emprego só se disseminou com o capitalismo, quando o trabalhador passou a vender sua força de trabalho (física ou mental) em troca de um salário. Ao conseguir o emprego, o trabalhador assina um contrato de trabalho que especifica suas funções. Ao contrário do que ocorria na Antiguidade, em que os escravos eram uma propriedade, e na Idade Média, em que os trabalhadores eram servos presos à terra do senhor feudal, no capitalismo os trabalhadores são “livres” para procurar outras condições de trabalho em um novo emprego.”

Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.

Exercício I:

Com base na leitura dos textos acima, especifique o significado de manufatura e anote dois fatores do sistema produtivo da época que foram essenciais para o seu desenvolvimento.

            Conforme os textos acima, a mudança no mundo do trabalho com configuração social pautada nos moldes capitalista, fez-se solo fértil para pensadores como Marx, Weber e Durkheim dedicarem esforços para analisá-lo e compreendê-lo. Mediante suas teorias, percebemos que cada um se aprofunda em determinado tema. Marx aborda a divisão social que culmina entre patrões e empregados nas sociedades capitalistas; Weber traz à luz da discussão, o deslocamento do trabalho como castigo ou tortura para o lugar daquilo que oferece reconhecimento e benefícios; já Durkheim, aponta a relação interdependente que há entre as pessoas quanto à divisão social do trabalho, ou seja, o que as mantêm solidarizadas umas com as outras.

RESPONDA:

Exercício II:

Com base nos textos escritos acima, como os sociólogos Karl Marx, Max Weber e Emile Durkheim define o tema TRABALHO na Sociedade Capitalista?

 

Leitura e análise de texto II

            “A divisão do trabalho existiu em todas as sociedades, desde o momento em que o homem começou a trocar coisas e produtos, criando uma interdependência com os outros homens.

            Assim, o artesão troca o produto de seu trabalho, o tecido, pelo algodão, cultivado pelo agricultor. A base da troca está na necessidade que o indivíduo tem de produtos que ele não produz. A divisão do trabalho deriva, portanto, do caráter específico do trabalho humano e ocorre quando os homens, na vida em sociedade, dividem entre si as diferentes especialidades e ofícios. A divisão do trabalho em ofícios ou especialidades existiu em todas as sociedades conhecidas e deve muito à divisão sexual do trabalho. Ou seja, no início, havia uma divisão entre especialidades ou ofícios que eram preferencialmente atribuídos às mulheres e outros que eram executados por homens.”

Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.

 

Com base na leitura do texto acima, responda as questões a seguir:

 

Exercício III: Dê exemplos de trabalhos que antes eram executados só por homens e que hoje são executados também por mulheres.

 

Exercício IV: Dê exemplos de trabalhos que antes eram executados só por mulheres e que hoje são executados também por homens.

 

Leitura e análise de texto III

            “A manufatura se estendeu de meados do século XVI ao último terço do século XVIII, sendo substituída pela grande indústria. Na manufatura, foram introduzidas algumas inovações técnicas que modificaram a forma como o trabalho era organizado. Aos poucos, o trabalhador foi deixando de ser responsável pela produção integral de determinado objeto e passou a se dedicar unicamente a uma atividade. Houve um aceleramento da divisão do trabalho, o que fez com que um produto deixasse de ser obra de um único trabalhador e se tornasse o resultado da atividade de inúmeros trabalhadores. Dessa maneira, o produto passava por vários trabalhadores, cada um resultado não de um trabalhador individual, mas de um trabalhador coletivo. Essa é a divisão do trabalho que persiste na sociedade capitalista, e que se caracteriza pela especialização das funções, ou seja, pela especialização do trabalhador na execução de uma mesma e única tarefa, especializando-se e especializando o seu corpo nessa operação.

            Na divisão manufatureira do trabalho, o homem é levado a desenvolver apenas uma habilidade parcial, limitando o conjunto de habilidades e capacidades produtivas que possuía quando era artesão. É isso que torna o trabalhador dependente e o faz vender a sua força de trabalho; e está só serve quando comprada pelo capital e posta a funcionar no interior da oficina. Segundo Karl Marx, essa divisão do trabalho tinha como objetivo o aumento da produtividade e o aperfeiçoamento do método do trabalho, e teve como resultado o que ele chama de “a virtuosidade do trabalhador mutilado”1, com a especialização dos ofícios.

            Na manufatura, portanto, a produtividade do trabalho dependia da habilidade (virtuosidade) do trabalhador e da perfeição de suas ferramentas, e já havia o uso esporádico de máquinas.

Será apenas na grande indústria que a máquina desempenhará um papel fundamental,

primeiro com base na mecânica, depois na eletrônica e, atualmente, na microeletrônica.”

 Marx utiliza o termo “mutilado” para enfatizar a limitação das habilidades do trabalhador, reduzido ao exercício de uma única e repetitiva atividade.

Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.

 

Exercício V: Tendo como base a leitura do texto acima, responda a seguinte questão: Como Karl avalia a DIVISÃO DO TRABALHO na sociedade capitalista?

 

Leitura Complementar:

ENEM Gratuito: O trabalho na concepção de Karl Marx, Max Weber e Emile Durkheim

https://cursoenemgratuito.com.br/marx-weber-e-durkheim-sociologia/#:~:text=Para%20Durkheim%2C%20o%20trabalho%20%C3%A9,por%20isso%2C%20deve%20ser%20preservada.

 

OBS: A atividade deve ser enviada para o  e-mail: romeumontoromedio@gmail.com

 

Atividade II – 3º Bimestre

 

História 2º Anos A  B

Prof. Francisco

 

Habilidade: Identificar os principais valores propugnados pela Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, estabelecendo relações entre sua formulação e o contexto histórico em que foi produzida.

 

Habilidade: (EM13CHS502) Analisar situações da vida cotidiana (estilos de vida, valores, condutas etc.), desnaturalizando e problematizando formas de desigualdade e preconceito, e propor ações que promovam os Direitos Humanos, a solidariedade e o respeito às diferenças e às escolhas individuais.

 

                                                              Revolução Francesa (continuação).


Etapas da Revolução Francesa 


 


Depois da Queda da Bastilha, o processo de revolução espalhou-se pela França e estendeu-se pelos dez anos seguintes, sendo somente encerrado quando Napoleão Bonaparte assumiu o poder do país por meio do Golpe de 18 de Brumário. A Revolução Francesa pode ser dividida dentro do período das instituições políticas que atuaram no país:

·       Assembleia Nacional Constituinte e Assembleia Legislativa (1789-1792); 

·       Convenção Nacional (1792-1795);

·       Diretório (1795-1799).

Assembleia Constituinte e Assembleia Legislativa

Trata-se do período inicial da Revolução Francesa, o qual foi marcado por grandes transformações, por meio da redação de uma Constituição para a França e pela atuação da Assembleia Legislativa. Após a Queda da Bastilha, muitos camponeses, no interior do país, temendo ficar sem alimentos e muito endividados, partiram para o ataque.

Esse foi o período do Grande Medo, que ocorreu entre julho e agosto de 1789, e durante o qual camponeses começaram a atacar aristocratas e suas propriedades. Assim, residências da nobreza foram invadidas, saqueadas e destruídas, cartórios foram atacados para que os títulos de propriedade fossem destruídos etc. Os camponeses exigiam o fim de alguns impostos e maior acesso aos alimentos.  

A burguesia francesa, temendo esse ímpeto popular, resolveu tomar decisões que aceleraram as transformações na França e que tinham como objetivo principal controlar o povo. Assim, no dia 4 de agosto de 1789, foi decretada a abolição dos direitos feudais que existiam na França. No mesmo mês, foi convocada a redação da Constituição e foi anunciada a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.


Esse foi um dos documentos mais importantes da Revolução Francesa e, na teoria, decretava que todos os seres humanos eram iguais perante a lei. No entanto, é importante considerar que essa ideia de igualdade, para os liberais do século XVIII, estendia-se apenas ao âmbito jurídico e não alcançava uma dimensão democratizante como o nome do documento pode sugerir.

No dia 4 de agosto de 1789, os parlamentares da Assembleia Constituinte aboliram os privilégios oriundos do Antigo Regime da França.


Nesse contexto de radicalização popular, a classe média e a burguesia francesa assumiram posições conservadoras para controlar a ação do povo. A nobreza e o clero, por sua vez, começaram a fugir da França, pois temiam tudo que acontecia no país. Essa aristocracia francesa começou a ser abrigada nas nações absolutistas vizinhas, sobretudo na Áustria e Prússia. Essa nobreza também começou a planejar a contrarrevolução, com o objetivo de reverter tudo que acontecia na França. Até mesmo o rei francês, sentindo-se ameaçado, organizou sua fuga da França, em 1791, com sua esposa, Maria Antonieta. Luís XVI, porém, foi reconhecido quando estava em Varennes, próximo à fronteira com a Suiça, e reconduzido para Paris. Antes disso, ele e sua esposa tinham sido obrigados a abandonarem o Palácio de Versalhes e a instalarem-se no Palácio de Tulherias.

Além de atacar os privilégios da nobreza, a burguesia francesa também se voltou contra o clero. Isso aconteceu por meio da Constituição Civil do Clero, aprovada em 1790. Essa medida legal promoveu a separação do Estado e da Igreja e tentou colocar a segunda sob a autoridade do primeiro, uma vez que os padres tinham de jurar obediência ao Estado. Essa medida e outras tomadas contra o clero lançaram-no para o esforço contrarrevolucionário.

Os trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte estenderam-se até 1791, quando, finalmente, foi promulgada a Constituição da França. No texto da Constituição, determinava-se o fim da monarquia absoluta e estipulava-se que a França era transformada em uma monarquia constitucional. Isso decepcionou uma ala mais popular da revolução que almejava que o país fosse transformado em uma república democrática.

A atuação conservadora da burguesia francesa à frente da Assembleia Constituinte é exemplificada pelo historiador Eric Hobsbawm no seguinte trecho que aborda os objetivos econômicos e políticos dessa classe:

“Economicamente as perspectivas da Assembleia Constituinte eram inteiramente liberais: sua política em relação aos camponeses era o cerco das terras comuns e o incentivo aos empresários rurais; para a classe trabalhadora, a interdição dos sindicatos; para os pequenos artesãos, a abolição dos grêmios e corporações […]. A Constituição de 1791 rechaçou a democracia excessiva através de um sistema de monarquia constitucional baseada em um direito de voto censitário dos “cidadãos ativos” reconhecidamente bastante amplo”.

Com a Constituição de 1791, a Assembleia Constituinte encerrou seu período de funcionamento e foi substituída pela Assembleia Legislativa. Nessa assembleia, consolidaram-se dois grupos políticos que possuíam visões bastante diferentes a respeito dos rumos da revolução. Os girondinos eram parte da burguesia que acreditava que as grandes mudanças necessárias já tinham acontecido e, por isso, possuíam uma visão mais conservadora. Já os jacobinos eram membros da burguesia que acreditavam que as mudanças deveriam ser ainda mais radicais do que as que estavam em curso.

A primeira reunião da Assembleia Legislativa iniciou-se em 8 de outubro de 1791, e a atuação dessa instituição durou até 7 de setembro de 1792. Nesse período, a França teve de lidar com a ação estrangeira contra a revolução, pois Áustria e Prússia, liderando os esforços contrarrevolucionários, invadiram o país e forçaram a França a declarar guerra a ambos.

A ação de Áustria e Prússia contra a França deveu-se pelo fato de que o processo revolucionário francês era visto como grande ameaça por todas as nações absolutistas da Europa. Com a guerra, os jacobinos declararam “pátria em perigo”, uma vez que as tropas estrangeiras se aproximavam de Paris, e a população francesa começava a se armar para resistir. A guerra também contribuiu para a radicalização da revolução e deu início a uma fase conhecida como Terror. Esse clima de guerra fez com que os jacobinos e os sans-culottes tomassem a frente da revolução, e, com isso, a monarquia francesa acabou sendo derrubada pelos sans-culottes, instaurando-se a República em 1792.

 

Convenção

Convenção Nacional iniciou seus trabalhos a partir de 20 de setembro de 1792 e substituiu a Assembleia Legislativa. Os participantes da Convenção Nacional foram eleitos por sufrágio universal masculino, e, com ela, a França transformou-se em uma República. Antes da posse da Convenção, o rei francês havia sido capturado e feito prisioneiro. Daí surgiu um grande debate: a execução do rei.

Esse debate dividiu a Convenção com os girondinos defendendo que o rei fosse exilado enquanto os jacobinos defendiam que o rei fosse executado. O destino do rei e de sua esposa foi decidido quando foram encontrados documentos que atestavam o envolvimento de Luís XVI com o rei austríaco. Resultado: Luís XVI e Maria Antonieta foram acusados de traição e guilhotinados em 1793.

Com o endurecimento da guerra, a França ficou sob o controle dos jacobinos, que contavam com o apoio popular. Os jacobinos criaram o Comitê de Salvação Pública, instituição em que eles tomavam as decisões mais importantes da França. Iniciou-se uma intensa perseguição a todos aqueles que, aos olhos jacobinos, representavam uma ameaça à revolução. O regicídio foi uma dessas execuções voltadas para os que conspiravam contra a revolução.

Os jacobinos conseguiram colocar as massas populares sob seu controle, mas a situação da guerra agravou-se com a execução de Luís XVI. As nações absolutistas europeias ficaram indignadas com a execução do rei e reagiram formando uma coalizão para derrubar a revolução na França. Esse grande exército contrarrevolucionário era financiado pela Inglaterra.

O período em que os jacobinos, sob a liderança de Maximilien Robespierre, estiveram à frente da revolução ficou conhecido como Terror. O nome faz menção à perseguição dos opositores por meio da Lei dos Suspeitos, que julgava e condenava aqueles considerados traidores com morte na guilhotina. Estima-se que cerca de 17 mil pessoas tenham sido mortas nesse período em cerca de 14 meses.

Apesar da radicalidade, os jacobinos conseguiram resolver problemas imediatos da França, pois estabilizaram o valor da moeda francesa, aumentaram o exército francês gastando menos, conseguiram derrotar as tropas que tinham invadido a França e conseguiram estabilizar a situação das rebeliões pelo país.

De toda forma, essa atuação radical dos jacobinos gerou um natural reação dos grupos conservadores da França. Assim, os girondinos conspiraram e articularam, com o apoio da alta burguesia da França, um golpe contra os jacobinos conhecido como Reação Termidoriana e que aconteceu em 1794. Com esse golpe contra os jacobinos, muitas medidas tomadas por eles foram revertidas, e a liderança jacobina (incluindo Robespierre) foram sumariamente guilhotinadas.

Diretório

Diretório substituiu a Convenção em 1795 durante um período em que a revolução esteve nas mãos dos girondinos e da alta burguesia francesa. As medidas mais radicais tomadas pelos jacobinos foram revogadas, inclusive retorno do voto censitário. Nesse momento, os girondinos usaram frequentemente da força para conter o povo e resistiram a inúmeras tentativas de golpes.

A situação da França permaneceu instável e isso fez com que a alta burguesia francesa visse no autoritarismo uma esperança para resolver a situação da França. A população estava insatisfeita, a economia estava ruim, e a guerra continuava a ameaçar o país, então a ditadura foi vista como solução.

A imagem de uma figura forte e autoritária surgiu como possibilidade de resolução dos problemas franceses e disso nasceu o apoio a Napoleão Bonaparte, general do exército francês que liderava as tropas francesas contra as coalizões internacionais. Com isso, Napoleão organizou um golpe e tomou o poder em um evento conhecido como Golpe do 18 de Brumário, que aconteceu em 1799.

Consequências

A Revolução Francesa estendeu-se por dez anos e, nesse período, uma série de transformações aconteceu naquele país. As transformações trazidas pela Revolução Francesa, porém, não se mantiveram apenas na França e espalharam-se pelo mundo.

Elas foram:

·       Fim dos privilégios da aristocracia (nobreza e clero) na França;

·       Fim dos resquícios do feudalismo e início da consolidação do capitalismo;

·       Queda do absolutismo em toda a Europa;

·       Inspirou os movimentos de independência na América, sobretudo das nações colonizadas pela Espanha;

·       Popularizou a república como forma de governo;

·       Popularizou a ideia de separação dos poderes;

·       Garantiu a aplicação dos ideais liberais de liberdade individual do lema “todos os homens são iguais perante a lei”;

·       Consolidou o nacionalismo enquanto ideologia de reconhecimento do dever patriótico.

 

Atividade de Fixação

1)- No decurso da Revolução Francesa, destacaram-se várias facções ou agrupamentos políticos conhecidos por denominações específicas. Esclareça os interesses defendidos pelos Girondinos e pelos Jacobinos e indique qual destes, no recinto do plenário da Assembleia, sentava-se na ala esquerda.

 

2)- Por que ocorreu o Golpe do 18 de Brumário?

 

3)- Quem eram os montanheses e os "Sans-Culottes"?

 

4)- Por que o período do Diretório é caracterizado como um retrocesso revolucionário?

 

5)- O que foi a Lei do Maximum, estabelecida por Robespierre durante a Convenção?


OBS: A atividade deve ser enviada para o  e-mail: romeumontoromedio@gmail.com

 

                                                                                 

II ATIVIDADE DE PROJETO DE VIDA

2º A   B

3º BIMESTRE

 

HABILIDADE: EM13CHS404) identificar e discutir os múltiplos aspectos do trabalho em diferentes circunstâncias e contextos históricos e/ou geográficos e seus efeitos sobre as gerações, em especial, os jovens e as gerações futuras, levando em consideração, na atualidade, as transformações técnicas, tecnológicas e informacionais.

 

 

CONHECENDO O SISTEMA DE AUTOAVALIAÇÃO SOCIOEMOCIONAIS

https://www.youtube.com/watch?v=zzaEJ82mBqY

 

Assista a vídeo aula de Projeto de Vida e a partir de 29:00 minutos inicia a explicação de como acessar o SED e responder as rubricas.

Lembrando que o acesso para o site da SECRETARIA ESCOLAR DIGITAL (SED) é seu número do R.A. (Registro de Aluno) como login (apenas números).

A primeira senha é a sua data de nascimento (sem as barras).

 

Responda a uma autoavaliação que está disponível na SED, que trata sobre as competências socioemocionais e o projeto de vida.



II ATIVIDADE DE GEOGRAFIA 

2º A  B

3º BIMESTRE

PROFESSOR: CÁSSIO


HABILIDADE: (EM13CHS105) Identificar, contextualizar e criticar as tipologias evolutivas (como populações nômades e sedentárias, entre outras) e as oposições dicotômicas (cidade/ campo, cultura/natureza, civilizados/bárbaros, razão/sensibilidade, material/virtual etc.), explicitando as ambiguidades e a complexidade dos conceitos e dos sujeitos envolvidos em diferentes circunstâncias e processos.


Transição demográfica

A transição demográfica é uma premissa social elaborada pelo demógrafo estadunidense Frank Notestein, na primeira metade do século XX, para refutar, por meio de números e dados, a teoria populacional malthusiana, que afirmava que o crescimento demográfico ocorria em ritmo exponencial. Na concepção da transição demográfica, verifica-se que, na verdade, existe uma tendência em que as populações de diferentes lugares crescem conforme ciclos que se intensificam e depois se reduzem sob as mais diversas razões.

A teoria da transição demográfica afirma que não existe um processo único e constante de explosão demográfica ou crescimento populacional muito elevado. Quando esse fenômeno ocorre, postula-se que a tendência por parte dos diversos lugares é que haja uma posterior estabilização, sobretudo pelas sucessivas modificações nas taxas de natalidade e mortalidade. O principal efeito da transição demográfica, nesse sentido, seria o processo de envelhecimento populacional.

De acordo com os principais teóricos da teoria populacional em questão, a transição demográfica pode ser segmentada em quatro diferentes fases.

 

1ª fase – Pré-transição

A primeira fase da transição demográfica, também chamada de pré-transição, ocorre quando há um certo equilíbrio entre as taxas da natalidade e mortalidade, porém ambas com valores muito altos. Nesses casos, são sociedades que contam com um baixo desenvolvimento econômico e social, onde nascem muitas pessoas anualmente e, ao mesmo tempo, perdem-se muitas vidas em razão de epidemias, baixa expectativa de vida e precárias condições sanitárias. Um cenário como esse pôde ser visto na Europa na fase inicial de sua industrialização.

2ª fase – Aceleração ou explosão demográfica

Na segunda fase ocorre aquilo que muitos denominam por explosão demográfica, o crescimento acentuado da população em um curto período de tempo. Mas a teoria da transição demográfica demonstra que esse processo não ocorre pelo aumento das taxas de natalidade, e sim pela diminuição brusca das taxas de mortalidade, em razão das melhorias sociais em termos de saúde, saneamento, acesso à água e outros fatores.

Esse processo ocorreu na Europa ao longo do século XIX, em boa parte dos países emergentes ao longo do século XX (inclusive no Brasil) e atualmente acontece nos países periféricos, com destaque para a Nigéria e outras nações em desenvolvimento. O continente europeu também acompanhou uma explosão demográfica acentuada no período pós-guerra, o que gerou a expressão “geração baby boom”.

 

3ª fase – Desaceleração demográfica

À medida que as sociedades se desenvolvem, a tendência geral é haver uma redução nas taxas de natalidade, o que se explica pela difusão do planejamento familiar, a inclusão da mulher no mercado de trabalho, a intensiva urbanização (no campo, as taxas de fecundidade são sempre maiores), entre outros fatores. Por esse motivo, há um gradativo processo de declínio do número de nascimentos, o que acontece em uma velocidade inferior à queda da mortalidade.

Esse processo passou a ser vivido no Brasil na segunda metade do século XX, sobretudo a partir da década de 1970. Atualmente, as taxas de natalidade do Brasil são baixíssimas, quase sempre inferiores a 1% por ano.

4ª fase – Estabilização demográfica

A estabilidade demográfica é atingida quando as taxas de natalidade e mortalidade finalmente se equilibram, mantendo patamares que, embora possam apresentar oscilações conjunturais, mantêm-se em médias muito baixas. Nesse cenário, diz-se que há um total controle do crescimento demográfico.

Observe o gráfico a seguir:




Gráfico esquemático dos processos cíclicos da transição demográfica

 

Diante desse panorama, nota-se que o crescimento populacional é contido, o que representa, de certa forma, uma vantagem. Por outro lado, quando isso acontece, há também o processo do envelhecimento populacional, pois a elevada expectativa de vida e a baixa natalidade geram um aumento médio da idade da população, o que proporciona a queda da população economicamente ativa e a possibilidade crescente de uma crise econômica e social.

Em muitos países europeus, a realidade do envelhecimento populacional bate à porta, pois o número médio de filhos por casal é inferior a dois e o número de idosos é cada vez maior. Muitos países – como França e Alemanha – realizam diversas campanhas e até fornecem incentivos financeiros para os casais que desejam ter um segundo ou terceiro filho. O Brasil também se vê ameaçado por esse problema, de modo que deixamos de ser considerados como um “país jovem” para nos tornarmos um “país adulto”.

Responda:

1) “(…) A generalização da transição demográfica para um número crescente de países, independentemente de seu desenvolvimento econômico, vem reforçando a ideia da velocidade maior dessa transição quanto mais tarde ela se inicie. Não está suficientemente claro, no entanto, se a velocidade é maior ou se os patamares mais elevados das transições mais recentes resultam em reduções mais drásticas das taxas em curtos espaços de tempo”.

PATARRA, N. Transição demográfica: novas evidências, velhos desafios. Rev. Bras. Estudos Pop., Campinas, 11 (1), 1994, pp.27-40.

 

Se quanto mais tardia for a transição demográfica, conforme o comentário da autora do texto acima, mais acelerada ela ocorrerá, então podemos dizer que, no Brasil, esse processo é:

 

a) acelerado, pois a transição demográfica brasileira iniciou-se nos últimos dez anos.

b) lento, pois a evolução do crescimento da população brasileira vem desde tempos coloniais.

c) acelerado, pois o Brasil ainda se encontra em uma fase preliminar desse processo, indicando seu início recente.

d) lento, pois a população brasileira já é considerada idosa, o que indica a desaceleração nas mudanças etárias.

e) acelerado, pois o ritmo de crescimento populacional do país é cada vez mais intenso com o passar dos anos.

 

2) “Brasil discute nesta semana com ministros de países do Brics – grupo de países emergentes integrado pela Rússia, Índia, China e África do Sul – como conter a aceleração do envelhecimento da população, entre outros assuntos. Para o subsecretário da Política de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, Ricardo Paes de Barros, o país não está sabendo construir barreiras para conter o problema, também enfrentado pelos chineses”.

 

DINIZ, F. País discute com Brics como conter avanço do envelhecimento. Portal Terra, 10 fev. 2015. Disponível em: http://economia.terra.com.br. Acesso em: 05 jun. 2015.

 

O principal objetivo em conter o envelhecimento demográfico em um país é:

 

a) a elevação das taxas de desemprego

b) a redução dos gastos previdenciários

c) o controle dos índices de pobreza

d) o aumento da esperança de vida

e) a redução da “explosão demográfica”

 

3) A transição demográfica indica as mudanças no crescimento da população de um determinado local por meio da alteração no equilíbrio entre natalidade e mortalidade. Essa dinâmica também reverbera em mudanças na composição do perfil etário, de modo que podemos dizer que a pirâmide populacional de um país, durante uma fase avançada desse processo, apresenta um formato:

 

a) triangular, graças à elevação dos índices nominais de natalidade

b) disforme, pois não é possível prever os resultados em termos etários

c) triangular inverso, com o número desproporcionalmente alto de idosos

d) quadrado, com pouca diferença numérica entre idosos e jovens

e) oval, com um maior alargamento nos índices da população adulta

 

4) (UERJ 2018)

No gráfico abaixo, representa-se o processo de transição demográfica, vivenciado, de forma diferente, nos países desenvolvidos e nos subdesenvolvidos.





Gráfico da transição demográfica

Identifique, a partir do gráfico, uma fase em que há reduzido índice de crescimento vegetativo e outra em que ocorre a elevação desse índice.

Em seguida, apresente dois fatores que justificam, em países subdesenvolvidos, a queda da mortalidade na fase 2.



OBS: A atividade deve ser enviada para o  e-mail: romeumontoromedio@gmail.com

 

 


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