sexta-feira, 18 de setembro de 2020

II ATIVIDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS - 3º A - 3º BIMESTRE - FILOSOFIA - SOCIOLOGIA - HISTÓRIA - GEOGRAFIA - PROJETO DE VIDA - TECNOLOGIA

 

ATIVIDADE DE FILOSOFIA3º BIMESTRE

3ª SÉRIE A

PROFESSORA: MARIA JOSÉ F. BATISTA

 

HABILIDADE:

(EM13CHS501) compreender e analisar os fundamentos da ética em diferentes culturas, identificando processos que contribuem para a formação de sujeitos éticos que valorizem a liberdade, a autonomia e o poder de decisão (vontade).

 

TEMA:  CONCEPÇÃO DE LIBERDADE – LIBERTARISMO E DETERMINISMO

 

 

Na atividade anterior trabalhamos os temas, libertarismo e determinismo. Segundo Sartre, o ser humano está condenado a ser livre. A liberdade que exercemos cotidianamente é o que nos conforma e nos revela. Cada um de nós, como seres humanos, somos fruto da liberdade que exercemos cotidianamente quando escolhemos as ações que praticamos. Dessa forma, a liberdade não é uma conquista, mas é a própria condição da existência humana. (Texto adaptado de SARTRE, J.P. O Ser e o Nada – ensaio de ontologia fenomenológica. Trad. Paulo Perdigão. RJ: Vozes, 1998, p. 542-43).

Enquanto o libertarismo diz que as escolhas não dependem do meio ou das circunstancias e sim da nossa vontade, afirmando que essas tais circunstâncias externas são desconsideradas em nome da preservação da liberdade, o determinismo declara o oposto, as circunstancias escolhem sim por mim e mais do que isso me compelem de agir, para o determinismo como o próprio nome diz tudo está determinado, o homem não tem liberdade ela é um ilusão, pois suas escolhas DEPENDEM das circunstancias DETERMINADAS pelo meio a qual o indivíduo faz parte, de um modo geral, a sua liberdade individual e subjetiva é sacrificada, pois a circunstância é a única que conta enquanto tudo está submetido a leis naturais, ou seja, o meio social que vivo determina minhas escolhas.

 

 

Para pensar o tema proposto, convido-o a fazer um teste. Não há resposta certa.

Leia atentamente e marque a alternativa que corresponde ao seu pensamento. Depois, confira o resultado.

1. Quando seus projetos não apresentam o resultado esperado, você:

a. Entende que as coisas acontecem porque têm que acontecer.

b. Reconhece que não se esforçou o suficiente para que as coisas tivessem o fim que tinha previsto.

c. Talvez não tivesse feito uma leitura adequada das circunstâncias. O projeto precisa considerar a realidade social, econômica e política em que vivemos.

 

2. Para você ter sucesso, depende:

a. De estar no lugar certo na hora certa.

b. Da força de vontade fazer valer a sua decisão.

c. Da disposição para empreender e das circunstâncias apropriadas.

 

3. Você vai a uma festa importante e entende que seria legal estar vestido de acordo com a ocasião. Então, você:

a. Compra roupas novas e não se importa com o preço, pois acredita que o futuro a Deus pertence e a festa está aí. É preciso aproveitar o momento.

b. Pensa que é besteira comprar uma roupa apropriada, a sua simpatia é suficiente para fazer você brilhar na festa.

c. Considera a necessidade de adequar os recursos financeiros à sua produção. Não precisa comprar tudo novo, pode ser que um acessório já faça a diferença.

 

4. Uma mulher é assediada na sua frente. Num primeiro momento você pensa:

a. Os homens são assim mesmo. É da natureza deles.

b. É lamentável que tenha ocorrido, mas sabendo que isso pode acontecer, as mulheres devem estar preparadas para não serem vítimas numa situação destas.

c. A sociedade, como um todo, não deve aceitar este tipo de coisa. É preciso melhorar a educação das crianças e traçar estratégias de conscientização e punição para que isso não ocorra.

 

5. A sua amiga tem a intenção de, no futuro, adotar uma criança.

a. Você entende que é um risco, pois ao adotar não se sabe qual a índole dos pais.

b. Você entende que é uma atitude muito altruísta e dá todo apoio. Não importa o que os outros pensem.

c. Considera que é uma decisão importante, mas precisa ser refletida e que todos os envolvidos estejam de acordo.

 

CADERNO DO ALUNO V3 pág. 76

Teste - resposta

A maioria das respostas a. O determinismo predomina.

Teste - resposta

A maioria das respostas b. O libertarismo predomina.

Teste - resposta

A maioria das respostas c. A concepção dialética de liberdade predomina.

 

 

Agora que você já sabe o que em que você apresenta maior predominância.

Explique:

O que significa concepção dialética de liberdade.

 

 

 

Vídeo de Apoio Didático

CMSP: 3ª Série EM – Filosofia: Liberalismo, Determinismo e Dialética – Parte 1 – 20/08/2020. Canal do youtube.

Leitura Complementar

Caderno do Aluno – São Paulo Faz Escola – Volume 3 – Filosofia.

 

ORIENTAÇÕES

Busque compreender e aplicar conceitos básicos e responda as atividades com empenho.  Enviar para o e-mail: romeumontoropei@gmail.com.



II ATIVIDADE DE SOCIOLOGIA – 3º BIMESTRE

3ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO

TURMA “A”

 

PROFESSOR EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS

Para que não haja abuso, é preciso organizar as coisas de maneira que o poder seja

contido pelo poder. Tudo estaria perdido se o mesmo homem ou o mesmo corpo dos principais,

ou dos nobres, ou do povo, exercesse esses três poderes: o de fazer leis, o de executar as

resoluções públicas e o de julgar os crimes ou as divergências dos indivíduos.”

MONTESQUIEU

 

HABILIDADE BNCC: (EM13CHS603) compreender e aplicar conceitos políticos básicos (Estado, poder, formas, sistemas e regimes de governo, soberania etc.) na análise da formação de diferentes países, povos e nações e de suas experiências políticas.

 

 

TEMA: Estado e Governo

Leitura e análise de texto I

 

            “Os vereadores municipais, deputados estaduais, deputados federais e senadores exercitam a função legislativa, investidos em seus mandatos. Prefeitos, governadores e presidente da República, a exemplo de outros, exercem o poder de administrar, garantir a segurança do território, lançar impostos sobre a população, realizar obras que beneficiem tal população em matéria viária, educacional, sanitária ou cultural, ou ainda executam atividades de fiscalização e controle (o chamado poder de polícia), exercitam o poder (e a função) executivo. Por fim, juízes, desembargadores e árbitros, entre outros, com o poder de julgar, de acordo com as leis vigentes, os conflitos na esfera pública ou privada, exercem o poder judiciário.”

DE CICCO, C. e GONZAGA, A. de A. Teoria Geral do Estado e Ciência Política. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008. p. 45.

 

 

Exercício I: Quais são os poderes do Estado?

Exercício II: Identifique dois cargos associados a cada um dos Poderes e dê exemplos de suas atribuições.

a) Poder Executivo:

b) Poder Legislativo:

c) Poder Judiciário:

 

Leitura e análise de texto II

            “A região da Palestina, situada no Oriente Médio, no lado leste do Mar Mediterrâneo, fazendo divisa com o Líbano, ao norte; a Síria, a nordeste; a Jordânia, a leste; e o Egito, ao sul, é uma estreita faixa de terra, desértica, sem petróleo e sem recursos minerais estratégicos.

            Habitada inicialmente, entre outros povos, pelos hebreus, dos quais descendem os judeus, em 2000 a.C., a Palestina esteve sob o domínio dos mais diversos povos, entre

Romanos, árabes e, mais recentemente, ingleses.

            Os judeus foram expulsos da região durante o Império Romano e então passaram a viver espalhados por vários lugares do mundo. Embora dispersos, os judeus preservaram uma profunda consciência nacional e conservaram suas tradições religiosas e seus costumes. Com o fim do Império Romano e o surgimento do Islamismo, no século VII, a Palestina passou a ser dominada pelos árabes. Entre 1517 e 1917, tornou-se parte do Império Otomano1 e, durante a Primeira Guerra Mundial, passou a ser controlada pelos ingleses. A disputa pelo território palestino remonta ao século XIX, com a emergência de movimentos nacionalistas, entre os quais o movimento sionista em 1897, que propunha o retorno dos judeus à Palestina e a formação de um Estado judaico.

            A partir dessa época, milhares de judeus passaram a emigrar e a se instalar na região. Com o fim da Primeira Guerra Mundial e o desmembramento do Império Turco-Otomano, a Palestina passou para o controle do Reino Unido e permaneceu sob o domínio inglês até o final da Segunda Guerra.

            Em 1947, uma resolução das Nações Unidas propôs a divisão da Palestina em dois

Estados: um judeu (Israel) e outro árabe palestino. Lideranças judaicas apoiaram o plano,

mas os árabes palestinos não aceitaram a partilha e, apoiados pela Liga Árabe2, iniciaram

uma guerra civil. Em 14 de maio de 1948, foi proclamada a criação do Estado de Israel. Cinco países da Liga invadiram a Palestina, levando à primeira guerra entre árabes e israelenses. Milhares de palestinos foram obrigados a se refugiar nos países vizinhos.

            Os israelenses venceram a guerra e anexaram territórios palestinos previstos pela Organização das Nações Unidas (ONU). A partir daí o conflito entre Israel e árabes, especialmente os palestinos, tornou-se constante.

            Em 1964, foi fundada a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), liderada por Yasser Arafat, voltada para a luta pela criação de um Estado palestino livre. Desde então, ambos os povos têm se enfrentado em guerras, confrontos armados, revoltas populares (intifadas) e atos terroristas perpetrados por grupos radicais que não reconhecem a existência do Estado de Israel.

No dia 15 de novembro de 1988, o Conselho Nacional Palestino, o corpo legislativo da OLP, estabeleceu a declaração do Estado da Palestina, embora ele não seja um Estado independente, tampouco detenha soberania sobre quaisquer territórios. O Estado foi reconhecido imediatamente pela Liga Árabe, mas não pelas Nações Unidas.

            Em 1993, teve início o Processo de “Paz de Oslo”, quando a OLP pôde estabelecer a Autoridade Nacional Palestina, ou seja, uma espécie de governo representando os interesses dos palestinos. O acordo previa que Israel cederia gradualmente o controle dos territórios onde vive a maior parte dos palestinos (a Cisjordânia e a Faixa de Gaza) em troca da paz. Isso implicava o reconhecimento mútuo e a coexistência com o Estado de Israel.

            Desde 2003, entretanto, os palestinos encontram-se divididos pelo conflito entre duas facções: o Fatah, o partido majoritário, e o Hamas, o grupo político radical. Como resultado, o território controlado pela Autoridade Nacional Palestina (ANP) está seccionado entre a Cisjordânia, controlada pelo Fatah, e a Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, que, apesar de ter vencido as eleições em 2006, não tem sido autorizado a participar das negociações oficiais de paz, por ser considerado uma organização terrorista por Israel e diversos outros países.

            Os maiores obstáculos para a constituição efetiva do Estado palestino estão nas violentas disputas entre facções palestinas desde a eleição do grupo Hamas, em 2006 (não reconhecido internacionalmente), e nos constantes ataques de ambos os lados às populações civis em cidades israelenses e da Faixa de Gaza, que impedem as iniciativas

em busca de negociações por acordos de paz e a retirada dos assentamentos judeus na Cisjordânia, reivindicadas pelos palestinos.

            Atualmente, os destinos da região continuam incertos. Se os palestinos já conquistaram a autonomia em algumas cidades da Cisjordânia e em Gaza, ainda não possuem um Estado independente e soberano. Alguns pequenos passos, entretanto, têm sido dados nessa direção. Em janeiro de 2011, cerca de 100 países reconheciam a Palestina como um Estado separado de Israel, incluindo o Brasil, a Rússia, a Índia, a China, a maior parte dos países africanos, vários países asiáticos e alguns países do Leste Europeu. Desde 1996, a Palestina possui um comitê olímpico e, em 1998, a Fifa reconheceu a seleção palestina como uma entidade independente. ”

Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola

 

Exercício III: Escreva o seu entendimento sobre o texto apresentado acima.

Exercício IV: O que levou à proclamação do Estado de Israel, em 1948?

Exercício V: O que tornou possível a existência do Estado de Israel?

 

Leitura complementar de apoio didático e pedagógico:Os poderes do Estado: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/cidadania/poderes-do-estado-executivo-legislativo-e-judiciario.htm;

Vídeo: A criação do Estado de Israel: https://www.youtube.com/watch?v=nc7GiobUfYs

OBS: A atividade deve ser enviada para o  e-mail: romeumontoromedio@gmail.com

 

 

 II ATIVIDADE DE PROJETO DE VIDA

3º BIMESTRE   -   3º A

 

PROFESSORA: MARIA JOSÉ

 

HABILIDADE: (EM13CHS404) identificar e discutir os múltiplos aspectos do trabalho em diferentes circunstâncias e contextos históricos e/ou geográficos e seus efeitos sobre as gerações, em especial, os jovens e as gerações futuras, levando em consideração, na atualidade, as transformações técnicas, tecnológicas e informacionais.

 

 

CONHECENDO O SISTEMA DE AUTOAVALIAÇÃO SOCIOEMOCIONAIS

https://www.youtube.com/watch?v=zzaEJ82mBqY

 

Assista a vídeo aula de Projeto de Vida e a partir de 29:00 minutos inicia a explicação de como acessar A SED para responder as rubricas.

Lembrando que o acesso para o site da SECRETARIA ESCOLAR DIGITAL (SED) é seu número do R.A. (Registro de Aluno) como login (apenas números).

A primeira senha é a sua data de nascimento (sem as barras).

 

Responda a uma autoavaliação que está disponível na SED, que trata sobre as competências socioemocionais e o projeto de vida.





II Atividade  – 3º Bimestre

História 3º Ano A 


Prof. Francisco


Habilidade: Reconhecer os principais movimentos rurais e urbanos de contestação aos sistemas político-econômicos ao longo da história.



Habilidade: (EM13CHS504) Analisar e avaliar os impasses ético-políticos decorrentes das transformações científicas e tecnológicas no mundo contemporâneo e seus desdobramentos nas atitudes e nos valores de indivíduos, grupos sociais, sociedades e culturas.



Antecedentes da Revolução Cubana


A revolução Cubana foi um acontecimento decisivo na história do séc. XX, sendo considerado um dos mais marcantes para história da América no contexto da Guerra Fria. Os principais antecedentes históricos que levaram a Revolução Cubana dão início no período da independência de Cuba. Está independência em 1898 foi tardia em relação às outras colônias espanholas na América Latina, que já haviam realizado seus processos de independência em torno de 70 anos antes, restando apenas Cuba e Porto Rico ainda colônias espanholas nesse período.

Foi parte importante para o processo de independência cubana a participação dos EUA que, baseado nos princípios da Doutrina Monroe (“América para os americanos”), não aceitariam presença europeia dentro de sua respectiva área de influência na América. Sendo assim, os EUA pressionam a Espanha a fim de se retirarem da ilha. Como a Espanha não aceita negociação, os EUA entram em guerra com os espanhóis e os expulsam da ilha, sendo está conhecida como Guerra Hispano- Americana.

Com a expulsão dos espanhóis de Cuba pelos americanos, foi proporcionado a independência da ilha. Porém, com a finalidade da promoção dos interesses norte-americanos no país, é adicionado na constituição um dispositivo legal chamado de Emenda Platt. Esse dispositivo proporcionava o direito dos EUA intervir da maneira que lhe convier na ilha sempre que achasse que seu interesse estivessem sendo ameaçados, ou seja, a Emenda Platt é uma autorização para que os EUA até mesmo invada os país para alcançar seus interesses.

A partir da década de 30 também é importante o destaque para o ditador cubano Fulgêncio Batista. Fulgêncio foi um militar que se tornou ditador no período e seu governo se divide em duas fases, sendo que governou por certo tempo, saiu do poder exercendo influência através de presidentes “fantoches” e retorna novamente ao poder em 1952, sendo por mais de 20 anos peça chave no controle político de Cuba. Batista funcionava como um representante dos interesses norte americanos no país. Seu governo foi marcado pela alta violência, corrupção e autoritarismo. O governo de Fulgêncio Batista foi importante para defesa dos interesses dos EUA, porém por outro lado não foi bom para população cubana. Foi principalmente nesse período que Batista estava no poder em que praticamente todas atividades lícitas e ilícitas estavam sobre controle norte-americano, desde hotelaria, cassinos, telecomunicações, produção de açúcar e tabaco, sendo Batista quem garantia o funcionamento de todo sistema. Portanto, uma figura importante para os interesses dos EUA, mas que despertavam um significativo rancor por parte de grupos nacionalistas cubanos que não concordavam com esse regime subserviente.


A Revolução Cubana

As primeiras ações sentidas foram os ataques e tentativas de tomada dos quartéis de Moncada e de Carlos Manuel de Céspedes, em 26 de Julho de 1953. A ação conjunta fracassou, resultando na morte de vários combatentes, em sua maioria jovens estudantes e a prisão de outros tantos. Entre os presos estava Fidel Alejandro Castro Ruz, recém-formado advogado pela Universidade de Havana.

Outros movimentos de revolta também tentaram ataques isolados, tendo todos fracassado. Enquanto isso Fidel Castro é liberto e exilado no México. E foi lá então, que reuniram-se condições, para que se pensasse em uma verdadeira guerrilha. Fidel tinha em torno de si uma grande rede de contatos que o apoiariam; foi com esse objetivo então, que em 1954, funda o Movimento Revolucionário 26 de Julho (M-26-7). Baseado no México, articula ações e conta com casas de apoio e representantes, principalmente em Cuba, Guatemala e Estados Unidos.

Vivendo na clandestinidade, o M-26-7 tem grandes planos, mas tem maiores ainda dificuldades. Conciliar egos e pensamentos diferentes, manter o movimento coeso e unificado, treinar combatentes, angariar recursos e pessoal, evitar espiões e traidores. Num processo lento o plano é traçado: Penetrar com um foco guerrilheiro através das florestas ao sudoeste da ilha, aos pés da Sierra Maestra e espalhar a revolução, contando com a adesão popular e dos camponeses que vivem miseravelmente ali.



COMEÇA A GUERRA DE GUERRILHAS


Antes do amanhecer, em 2 de dezembro de 1956 o iate Granma, vindo do México, atraca (ou encalha), no litoral sudeste da ilha, transportando 82 combatentes. A viagem que durou 7 dias, 2 a mais que o planejado, fora desastrosa e cheia de incidentes.

Depois que o iate Granma de 12 metros com 82 homens, armas, mantimentos e medicamentos encalha, um tanto afastado da praia, o pessoal é obrigado a praticamente nadar já com o sol raiando e saraivadas de tiros de uma lancha da patrulha costeira cubana. O resultado foi um grande prejuízo de armas, munições e principalmente de pessoal. Do total, apenas 22 restaram para o foco insurrecional.

Recomeçando praticamente do zero, o grupo precisa garantir a sua sobrevivência e reestruturação. Em território desconhecido, contavam com os camponeses que os guiassem pela floresta e muitas vezes para alimentá-los. Em contra partida o governo retaliava, geralmente com a vida, quem fosse “pego” ajudando os rebeldes. “Pego”, porque na verdade para Fulgêncio, o motivo pouco importava. O importante era difundir a mensagem de que os rebeldes eram os bandidos e que não se envolvessem com eles; então era comum que acusassem o vizinho por vinganças particulares, como questões de dívida e assuntos pessoais.

Por fora, os contatos do M-26-7 corriam para recrutar novo pessoal, armas e dinheiro. Comunicando-se através de rádio, conhecida como Rádio Bemba (Sistema de Rádio Rural), Fidel assinava contratos, redigia artigos e planejava táticas.

Na capital o governo alardeava que suas tropas haviam sufocado o movimento, porém o que acontecia era justamente o contrário: tendo consciência de que ainda eram muito fracos, os revolucionários se ocupavam em manter-se sempre em movimento, criando emboscadas e evitando o inimigo. Nas batalhas as colunas rebeldes sempre eram em número bastante inferior ao das tropas do exército, porém com a tática do “bate e corre”, conseguiam infligir certos danos e algumas vitórias parciais.

Passando fome muitíssimas vezes, a tensão e o cansaço fatigavam os combatentes. Sempre vivendo no limite, sem ter para amanhã, de tempos em tempos abria-se uma permissão para àqueles que não suportando mais iriam desertar. Fora dessas concessões quem desertasse era morto, pois sabia demais sobre o Movimento.

Conforme as colunas foram adentrando na floresta, foram também ganhando a simpatia dos guajiros, como é chamado o camponês; humilde e analfabeto, negro, mulato ou branco, pés descalços e chapéu de palha, que insatisfeitos com a maneira como viviam e esclarecidos sobre a real intenção dos combatentes, muitas vezes se juntavam a coluna ou guiavam pelos tortuosos caminhos. Grande parte dessa simpatia também se deveu ao fato de que qualquer espaço conquistado pelos rebeldes, logo era considerado Território Livre e suas terras divididas entre os camponeses. Entre eles havia também os traidores, que em troca de dinheiro, ou temendo pela própria vida ou da família, davam informações para o governo sobre posição e quantidade dos rebeldes.

As colunas, agora já maiores e melhor organizadas traziam consigo vantagens e desvantagens. Tornava-se inviável bater na casa de um camponês e pedir-lhe comida. A base guerrilheira, então instalada na Sierra Maestra funcionava como um Quartel General e muito por iniciativa de Ernesto Guevara (Che), criou-se em plena floresta um sistema rudimentar para a produção de pão e charque que alimentasse as tropas, artigos de couro para os soldados e inclusive uma pequena imprensa com um mimeógrafo antigo de onde eram editados manifestos e até um jornal da floresta. Atos de insubordinação ou indisciplina, também eram frequentes e firmemente tolhidos. Algumas vezes até passíveis de crítica quanto a sua dureza, principalmente na figura de Che Guevara. Promovido a chefe de uma coluna, Che era conhecido pela sua conduta exemplar e por exigir não menos que isso de seus soldados.

Mas o que realmente incomodava ao mundo capitalista era o fato de que Che Guevara era um declarado Marxista e tinha se tornado uma voz importante ao lado de Fidel. Pode-se afirmar que o papel do médico argentino na orientação comunista do Movimento foi fundamental. Por sua vez, Fidel publicamente tentava afastar essa ideia da imprensa e do mundo por assim dizer; já bastavam os problemas que tinham sem isso.

Num período de 2 anos, as forças guerrilheiras do Movimento Revolucionário 26 de Julho lutaram contra forças desiguais, mas entre altos e baixos, conseguiam empurrar as tropas inimigas para trás de suas linhas. Politicamente a guerra também era intensa; envolvia as 2 maiores potências do mundo na época e uma pequena ilha no Caribe. Nas palavras de Fidel, “foi uma briga de Davi e Golias”.

Conforme a distância da capital diminui, os combates vão se tornando mais francos e ferozes. Na capital, Fulgêncio sabe que a hora de definir é agora. Lança mão de suas últimas forças e joga tudo. As colunas rebeldes estão fechando o cerco e impondo derrota após derrota. A coluna de Che já toma a segunda cidade em importância de Cuba e marcha para a capital, assim como a coluna de Camilo Cienfuegos, personagem de vital importância para a Revolução.

A vitória se tornou evidente quando próximo a capital, os rebeldes interceptaram e tomaram um trem blindado repleto de material bélico que não chegou ao seu destino. Esse foi um importante contra golpe que as forças revolucionárias impuseram à ditadura de Fulgêncio, que depositava nesse trem suas últimas forças realmente significativas. Já com as forças batistianas batendo em retirada e se dispersando, o M-26-7 chegou enfim, em 01/01/1959 à capital Havana para travar o último e definitivo combate. O então ex-presidente, Fulgêncio Batista já havia fugido do país na madrugada anterior, junto com a cúpula de seu governo. A burguesia e a elite das forças armadas também já deixaram o país, abandonando tudo que não pudesse ser levado. Sabendo disso o povo pega em armas e em pleno cenário urbano travam-se combates isolados com as poucas forças resistentes e atiradores de elite.

As tropas rebeldes são recebidas na cidade como verdadeiros heróis. Durante os anos que a guerrilha durou, o personagem barbudo e maltrapilho que se fez dos revolucionários já era conhecido da população. Sabe-se que nesses anos a TV e a moda em Cuba valorizou a barba e os cabelos grandes, que no caso dos guerrilheiros não era uma opção. A muitas crianças deu-se o nome de Fidel e Ernesto.



PÓS-REVOLUÇÃO E CONCLUSÃO


Depois de um discurso de posse, transmitido pela TV, onde as forças libertadoras entregavam Cuba para os cubanos, tem início em Cuba uma nova era. Os muitos anos seguintes seriam dedicados ao expurgo dos ex-funcionários batistianos e ao julgamento daqueles que se quedaram ou foram feitos presos durante as batalhas. Muito criticou-se também os métodos utilizados para o julgamento e os pelotões de fuzilamento, que era o destino final dos condenados. Che era o responsável pelo Tribunal Sumário e há quem se refira, como holocausto.

O papel do Estados Unidos durante a revolução era de indiscutível e declarado apoio às forças batistianas. Enquanto que o da União Soviética também se fez presente apoiando Fidel e o regime comunista que aos poucos foi emergindo. Estamos em plena Guerra Fria. Depois da vitória rebelde ainda muitas águas rolariam. Desde tentativas de contra revolução, financiadas pela CIA, como a da Baía dos Porcos; ou a Crise dos Mísseis envolvendo os EUA e a URSS que por pouco não deu início a temida Guerra Nuclear. Também foi feita uma tentativa de envenenar Fidel.

Admitindo que não conseguiria reverter a situação militarmente sem causar um grande alvoroço internacional, os Estados Unidos decidem então apelar para a “violência econômica”, assim denominada por Fidel. Em outras palavras, colocaram em prática o embargo comercial (interrompido parcialmente em 2014), onde não mais comprariam nem venderiam nada a Cuba. Não satisfeitos, pressionaram muitos outros países da América e Europa a fazer o mesmo. Com o passar dos anos a maioria desses países voltou a se relacionar comercialmente, porém as relações diplomáticas entre Cuba e os EUA estão cortadas até os dias de hoje.



Referências:

https://www.infoescola.com/historia/revolucao-cubana/

https://www.trabalhosgratuitos.com/Humanas/Rela%C3%A7%C3%B5es-Internacionais/Antecedentes-Hist%C3%B3ricos-Revolu%C3%A7%C3%A3o-Cubana-1122059.html





Atividade de Fixação

1)- O regime socialista sobrevive até hoje em Cuba. Faça uma pequena pesquisa para saber qual a situação atual desse país.



2)- Quem foi Fulgêncio Batista em Cuba?



3)- O movimento revolucionário cubano que produziu, pela primeira vez na história latino-americana, a quebra da unidade do capitalismo no continente e a implantação de um regime socialista. Descreva como foi o início da revolução na ilha de Cuba.



4)- Após a tomada do poder, os revolucionários cubanos encontraram muita resistência por parte da comunidade internacional. Quais foram as medidas tomadas contra Cuba?



5)- Pesquise e descreva o que foi a invasão da baía dos porcos. 


OBS: A atividade deve ser enviada para o  e-mail: romeumontoromedio@gmail.com

 





Tecnologia e inovação

 

Atividade II do 3º bimestre (Prof. Francisco).

 

Habilidade: Identificar as diversas manifestações culturais envolvendo as TDIC e seus impactos como meio de inserção do indivíduo na sociedade moderna.

 

Habilidade: EM13TEC05 Apropriar-se de diversas linguagens e recursos tecnológicos, incluindo-se digitalmente para usar, enquanto participante de grupos de engajamento e ativismo juvenil, de forma responsável e ética, as TDIC.

 

 

Quase todo lixo eletrônico do Brasil é descartado de maneira errada

 

Dezoito meses é o tempo médio de vida de um novo smartphone. Conforme um novo aparelho chega às lojas, outros tantos são aposentados e, assim, o que era um artigo quase fundamental, vira um problema. O mesmo acontece com computadores, televisões, videogames e câmeras fotográficas: no final, sobram 44,7 milhões de toneladas de lixo eletrônico todo ano, o equivalente a 4,5 mil torres Eiffel.

estimativa é que, em média, sejam descartados 6,7 quilos de lixo eletrônico para cada habitante do nosso planeta. No Brasil, o problema não é menor. Sétimo maior produtor do mundo, com 1,5 mil toneladas por ano, estima-se que em 2018 cada um de nós jogou fora pelo menos 8,3 quilos de eletrônicos.

Apesar de um estudo com números de 2016 ter demonstrado que o reaproveitamento do material descartado naquele ano poderia render R$ 240 bilhões de reais em todo planeta, apenas 20% do lixo eletrônico do planeta é reciclado. Por aqui, somente 3% são coletados da forma adequada. Foi justamente para chamar atenção para essa situação que surgiu o movimento Greenk, que em 2018 realizou a segunda edição do Greenk Tech Show, entre os dias 25 e 27 de maio, que une a tecnologia à sustentabilidade. Com diversas atrações, o evento contou com campeonatos de videogame, uma arena para batalhas de drones, concursos de cosplay, e diversas palestras.

O governo da Noruega explica como consegue dar um destino apropriado para 74% dos equipamentos descartados, mesmo sendo um dos líderes mundiais na produção relativa desse tipo de resíduo, com 27 quilogramas por habitante/ano. Não existe segredo. Até a metade da década de 1990, 90% do lixo eletrônico era alocado em aterros sanitários, incinerado ou reutilizado sem tratamento, expondo as pessoas aos perigosos produtos químicos. Isso começou a mudar no final daquela década, quando o governo local começou a implementar regulamentações que obriga a indústria e importadores, maioria por lá, a coletar baterias e eletrônicos velhos dos consumidores que não os querem mais, sem custos.

Para isso, as companhias firmam parcerias com empresas especializadas, que são minuciosamente reguladas e inspecionadas pelo órgão ambiental norueguês. Junto com os municípios, são os responsáveis por instalar pontos de coletas, comunicar à população, cuidar do armazenamento, e encaminhar para a reciclagem. A ideia é que o ciclo se complete, sendo reaproveitado como matéria-prima seja dentro ou fora do país. “Os resíduos mais perigosos, como mercúrio e chumbo, nós tratamos dentro do país. O que não é,  vendido para todo o mundo”, afirma Ole Thomas Thommesen, conselheiro sênior para Resíduos e Reciclagem na Agência Norueguesa para o Meio Ambiente.

Apesar do sucesso, é importante considerar que toda a Noruega, com seus cinco milhões de habitantes, tem metade da população da cidade de São Paulo. No Brasil a questão é abordada pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, considerada uma das mais avançadas do mundo, por se apoiar na responsabilidade compartilhada em que cada um dos envolvidos, do consumidor ao fabricante, são encarregados por uma parte da logística reversa.

Mas falta combinar com todo mundo. Faltam dados sobre origem e destino desses resíduos, tornando difícil o gerenciamento do volume. Do que é coletado, porém, grande parte deste descarte é feito em armazéns e locais sem o devido licenciamento ambiental, ignorando as necessárias medidas para reduzir os riscos de contaminação ambiental.

Thommesen reconhece que em seu país é bem mais fácil aplicar tal política pois, segundo ele, a corrupção é baixa e é fácil para o governo impor regulamentações. “Mas não é impossível fazer nos outros países, só precisa conseguir forçar as companhias a fazerem o que devem fazer”, diz. “As empresas não querem fazer, porque isso custa dinheiro, então você tem que encontrar meios para isso. Essa é a parte mais difícil.”

Enquanto isso o Movimento Greenk tenta fazer sua parte. Em uma parceria com a prefeitura de São Paulo e o governo do principado de Mônaco, serão instalados quinze pontos de coleta, sendo 14 em parques da cidade e um na sede da prefeitura. O material será enviado para os Centros de Recondicionamento de Computadores (CRCs), que integram programa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.

Atividade de Fixação

 

1)- Você parou para pensar em quanta coisa aprendeu com a leitura do texto? Mas não falamos ainda sobre as alternativas para se desfazer da maneira correta de um aparelho eletrônico. Por isso, você agora deverá fazer uma pesquisa sobre o tema. Descubra quais são as alternativas na sua cidade para o descarte de lixo eletrônico, de forma a evitar impacto no ambiente. Uma dica: as operadoras de telefonia, os fabricantes, os órgãos municipais e muitas empresas ou organizações da sociedade civil têm projetos de coleta. Uma boa pesquisa na internet exige de você atenção e olhar crítico. Não é simplesmente colocar uma palavra no buscador e “aceitar” a primeira resposta que aparecer. É preciso estar atento às fontes do material que encontrou, refletir sobre quem fez o texto ou vídeo, em que contexto ele foi criado, com que propósito, enfim, ficar com o alerta ligado. Não é porque está na internet que é confiável! Uma prática que todos os cidadãos digitais devem adotar (e, portanto, quase todo mundo no planeta deveria) é interrogar a informação recebida ou encontrada. O infográfico abaixo traz algumas questões para você considerar:        



Pesquise em seu bairro ou em sua cidade como é realizado o descarte do lixo eletrônico. Organize suas informações para depois entrar para o professor Francisco.


OBS: A atividade deve ser enviada para o  e-mail: romeumontoromedio@gmail.com

 


II ATIVIDADE DE GEOGRAFIA

3º BIMESTRE

3º A


PROFESSOR CASSIO


HABILIDADE: (EM13CHS104) Analisar objetos da cultura material e imaterial como suporte de conhecimentos, valores, crenças e práticas que singularizam diferentes sociedades inseridas no tempo e no espaço.

EL PAÍS

INTERNACIONAL

Europa reluta em indenizar a África pela colonização

Burundi, que pede 36 bilhões de euros à Alemanha e Bélgica, entra para a lista de nações que reivindicam compensação pelos prejuízos sofridos com trabalhos forçados e divisões étnicas

 

Estátua do ex-rei belga Leopoldo II é coberta por tinta vermelha com uma marca do movimento Black Lives Matter em Bruxelas, na Bélgica.FRANCOIS WALSCHAERTS / AFP


GEMMA PARELLADA

Cidade Do Cabo - 07 SEP 2020 - 11:53 BRT

Em plena fúria global contra o racismo sistêmico, Burundi, um pequeno país na região dos Grandes Lagos africanos, anunciou que solicitará a seus antigos colonizadores, Alemanha e Bélgica, uma indenização de 36 bilhões de euros ― cerca de 225 bilhões de reais ― e a devolução de objetos roubados. Um grupo de especialistas composto por historiadores e economistas trabalhou desde 2018 para avaliar os danos econômicos sofridos pelo país durante o período colonial (1890-1962) e, com base nesse relatório, o Governo burundês prepara uma queixa formal, conforme anunciou o presidente do Senado local, Reverien Ndikuriyo.

Os acadêmicos burundeses levaram em conta não só “os trabalhos forçados” e as penas “desumanas, cruéis e degradantes” impostas à população local durante a colonização mas também consideraram as consequências das políticas colonizadoras em longo prazo, com efeitos posteriores à independência. Especialmente, o decreto de 1931, que classificou a população em três grupos étnicos e é considerada a semente dos massacres e da guerra civil (1993-2005) que assolaram Burundi depois da sua independência, em 1962.

Durante e depois da Primeira Guerra Mundial, a Alemanha perdeu todas as suas colônias, e Burundi passou às mãos belgas em 1917. Foi nesta segunda etapa de domínio que a Bélgica, muito mais ativa, instaura a categorização dos colonizados

segundo sua etnia: hutu, tutsi ou twa. Isso é aplicado tanto em Burundi como na gêmea Ruanda, em uma clivagem étnica que é apontada como a origem dos conflitos atuais: o genocídio de Ruanda (1994), as guerras no Congo e os massacres e guerra civil em Burundi.

Pandemia e pobreza, o duplo desafio aterrador da África

  • África fica livre da pólio

Enquanto se multiplicam ― tanto na África como na Europa ― as reivindicações para que finalmente esse administre a herança colonial, as potências europeias relutam em assumir responsabilidades e procuram fórmulas mais cosméticas. Nos últimos 10 anos houve apenas gestos simbólicos: a devolução de alguns objetos (uma espada restituída ao Senegal, e uma bíblia e uma chibata à Namíbia), alguns pedidos de desculpas (de Reino Unido, Bélgica e Itália) e uma só indenização (os 144 milhões de reais ao povo mau-mau, no Quênia, pagos por Londres). Mas, por enquanto, foram apenas passos pontuais, forçados ou teatrais.

O único antigo colonizador que desembolsou algum tipo de compensação econômica pelos abusos coloniais, o Reino Unido, agiu por ordem judicial. Em 2013, depois de perder nos tribunais britânicos, Londres teve que indenizar 5.000 sobreviventes quenianos. Daquela derrota surgiu também o primeiro pedido de perdão.

A Itália anunciou com grande fanfarra em 2008 um “pacto de amizade” com a Líbia, no qual pediu desculpas “pelos assassinatos, destruição e repressão contra os líbios durante o governo colonial” e se comprometeu a pagar 200 milhões de dólares por ano, durante 25 anos, como indenização. Mas o dinheiro do acordo entre Muamar Gaddafi e Silvio Berlusconi na verdade estava destinado à luta contra a imigração irregular, e o pacto se rompeu com a queda do ditador líbio, em 2011.

A França, potência que atualmente continua exercendo maior influência sobre seus antigos territórios – no âmbito econômico, político e militar –, anunciou em 2018 que começaria a devolução de 90.000 obras de arte africanas expostas nos museus franceses. Só a partir de julho, quando houve uma mudança legislativa, se tornou possível executar o que foi anunciado.

Alemanha e Bélgica são duas das antigas potências coloniais mais reticentes em assumir sua responsabilidade imperial. A Alemanha, que cometeu na Namíbia o primeiro genocídio do século XX (1904-1908), ignorou durante décadas qualquer responsabilidade de sua época imperial e nunca aceitou dar nem sequer o primeiro passo, o de pedir perdão.

A Bélgica, que carrega a morte de milhões de congoleses durante o reinado de seu ex-soberano Leopoldo II, só neste ano oficializou seu primeiro pedido de perdão. Além disso, seu suposto processo de “revisão histórica”, com a reforma do Museu Real da África Central e a criação de uma controvertida “comissão de verdade e reconciliação”, está rodeado de polêmicas.

Mas a ausência de um verdadeiro processo de responsabilização, a vigência de políticas coloniais e a permanência de símbolos enaltecendo a grandeza conquistadora ― como os do rei Leopoldo II ―, demonstram que o colonialismo continua sendo uma questão do presente.

A amnésia alemã

A Alemanha, o país com a amnésia colonial mais aguda, iniciou negociações com a Namíbia para debater como administrar sua “reconciliação”. Até agora, os frutos desse diálogo são inexistentes. Berlim se nega a usar o termo “reparações”, não contempla a compensação econômica ― defende-se nos 800 milhões de euros (cinco bilhões de reais) que alega ter desembolsado em ajuda ao desenvolvimento local ― e sua postura continua escapando inclusive à admissão oficial de sua autoria.

Em 2004 houve um aceno, quando pela primeira vez uma ministra alemã mencionou em público a “responsabilidade moral” da Alemanha nas matanças, mas o Governo rapidamente se desvinculou, dizendo que havia falado a título pessoal. Foi preciso esperar até o ano passado para que um membro do Executivo alemão, o ministro do Desenvolvimento, Gerd Müller, chamasse de “genocídio” os crimes cometidos pelo Império alemão na Namíbia.

Se esse país do sudoeste africano não mereceu nenhum pedido de desculpas, apesar de ter sofrido mais intensamente as atrocidades germânicas no começo do século passado, no caso de Burundi, em cujo território a presença alemã foi muito menor, há uma longa batalha a espera. Com a Bélgica, por sua vez, tampouco cabe ter muitas expectativas, embora em 2009 o reino tenha pedido desculpas pelo sequestro de milhares de crianças mestiças durante as décadas de 1940 e 50. Filhos de colonos e mães locais, a Bélgica os sequestrava e os isolava em orfanatos e missões católicas, em condições precárias.

“Profundo remorso“ pelo passado belga

Em 2018, o Museu Real da África Central em Tervuren, na periferia de Bruxelas, reabriu as portas como Museu África, após seis anos de reformulação para poder apresentar uma “uma visão crítica” sobre o passado colonial.

As críticas, entretanto, acabaram aparecendo, porque as peças expostas hoje foram roubadas por missionários e militares durante a época colonial, e porque neste mesmo museu seres humanos foram expostos no começo do século passado. Dezenas de congoleses eram peças vivas, exibidas no jardim, em uma reprodução de um povoado na colônia belga.

No fim de junho, o rei Philippe, em um reconhecimento histórico e como presente pelos 60 anos de independência da República Democrática do Congo, apresentou um pedido público de desculpas e manifestou o “profundo remorso” pelo passado colonial naquele país, duas semanas depois de estátuas de Leopoldo II serem atacadas na Bélgica durante uma onda de protestos.

Apenas duas semanas antes, seu irmão mais novo, o príncipe Laurent, havia dito que não via como o seu antepassado Leopoldo II tinha podido causar sofrimento aos congoleses, já que nunca estivera no Congo.

Do mesmo modo, a chamada Comissão de Verdade e Reconciliação, anunciada em julho pelo Parlamento belga, no meio do movimento global de protesto contra o racismo surgido como reação a vários casos de brutalidade policial contra negros nos EUA, já nasceu cercada de dúvidas. Alguns especialistas criticaram a seleção de vozes que participarão da comissão, questionando se há uma real vontade de revisar o passado.

 

Após a leitura do texto acima, responda:

 

1- Como podemos classificar os problemas econômicos ocasionados na África, devido ao processo de colonização catastrófico realizado pelos europeus?

2- Quais são as informações passadas pelo texto sobre a exploração colonial na África?

3- Qual sua opinião sobre a questão exposta no texto.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 







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