II ATIVIDADE
DE FILOSOFIA – 3º BIMESTRE
2ª SÉRIES A B
PROFESSORA: MARIA JOSÉ F. BATISTA
HABILIDADE:
(EM13CHS502) analisar situações da vida cotidiana (estilos de
vida, valores, condutas etc.), desnaturalizando e problematizando formas de
desigualdade e preconceito, e propor ações que promovam os Direitos Humanos, a
solidariedade e o respeito às diferenças e às escolhas individuais.
TEMA: FILOSOFIA, DIREIROS HUMANOS, DESIGUALDADE SOCIAL
Na atividade anterior iniciamos o
conteúdo tratando do tema, desigualdade e angústia.
TEXTO 1
Para retratar uma realidade da sociedade de classes, atravessada pela
desigualdade política, e que participa de um círculo de mensagens enigmáticas e
traumáticas. O autor relata que as crianças pobres frequentemente se chocam,
por exemplo, quando sua mãe é obrigada a entrar pelos fundos, no prédio em que
vai fazer faxina; ou quando seu pai se mostra inferior e calado diante da
brutalidade de um superior. Quem poderia facilmente explicar às crianças o que
se passa? Este retrato mostra a questão da divisão política, econômica e
cultural em que a humilhação se tornou uma modalidade de angústia e de
desigualdade de classes. Angústia que muitos conhecem bem e que, entre eles,
inscreve-se no núcleo de sua submissão. Os pobres sofrem frequentemente o
impacto dos maus tratos. Psicologicamente, sofrem continuamente o impacto de
uma mensagem estranha, misteriosa: "vocês são inferiores". E, o que é
profundamente grave: a mensagem passa a ser esperada, mesmo nas circunstâncias
em que, para nós outros, observadores externos, não pareceria razoável
esperá-la. Para os pobres, a humilhação ou é uma realidade em ato ou é
frequentemente sentida como uma realidade iminente, sempre a espreitar-lhes,
onde quer que estejam, com quem quer que estejam. O sentimento de não possuírem
direitos, de parecerem desprezíveis e repugnantes, torna-se-lhes compulsivo:
movem-se e falam, quando falam, como seres que ninguém vê.
HUMILHAÇÃO SOCIAL
– UM PROBLEMA POLÍTICO EM PSICOLOGIA. José Moura
Gonçalves Filho. Instituto
de Psicologia – USP
TEXTO 2
UBUNTU COMO FUNDAMENTO
Alexandre do Nascimento
Ubuntu! Aprendizado de uma visita
imaginária. Quando estive na África do Sul visitei uma comunidade de etnia
Zulu. Lá conheci pessoas, assisti a uma apresentação de danças e pude
presenciar alguns costumes, o principal deles era o de fazer as coisas
coletivas sempre da forma mais simples e em grupo, nunca uma pessoa só, como
quando, no almoço, usei as mãos para levar os alimentos à boca, sentado no chão
junto com outras pessoas em volta de um belo tecido colorido onde foram postas
as comidas. Tudo muito alegre, solidário, suave e lindo. Já quase na hora de
voltar para o hotel onde eu estava hospedado, como havia naquela comunidade
muitas crianças e elas gostavam de futebol, propus a elas uma brincadeira para
eu me despedir, uma corrida em que a criança que chegasse em primeiro lugar
ganharia uma bola como prêmio. Elas imediatamente toparam. Então organizei as
linhas de partida e a chegada. Todas as crianças se posicionaram na linha de
partida e o combinado era que quando eu desse o sinal elas começariam a correr
e direção à linha de chegada. Com tudo pronto, dei a partida e as crianças
iniciaram a corrida. Curiosamente para mim, elas correram juntas e chegaram
juntas na linha de chegada. Como achei aquilo diferente, eu lhes perguntei
porque fizeram isso, ou seja, porque saíram, correram e chegaram juntas. Uma
delas me respondeu: É Ubuntu, senhor, somos cada uma e cada um de nós porque
nós fazemos e fazemos tudo junto. O senhor não percebeu que tudo que fizemos
hoje, fizemos juntos? Meus olhos transbordaram de emoção. Nunca uma experiência
me afetou tão fortemente. Ubuntu, ternura e constituição comum do comum.
Ubuntu, palavra existente nos
idiomas sul africanos zulu e xhosa que significa “humanidade para todos”, é a
denominação de uma espécie de “Filosofia do Nós”, de uma ética coletiva cujo
sentido é a conexão de pessoas com a vida, a natureza, o divino e as outras
pessoas em formas comunitárias. A preocupação com o outro, a solidariedade, a
partilha e a vida em comunidade são princípios fundamentais da ética Ubuntu.
Bas’Ilele Malomalo (2014).
Do ponto de vista filosófico e
antropológico, o ubuntu retrata a cosmovisão do mundo negro-africano. É o
elemento central da filosofia africana, que concebe o mundo como uma teia de relações
entre o divino, a comunidade (mundo dos seres humanos) e a natureza (composta
de seres animados e inanimados).
Responda as questões abaixo de acordo com os textos.
- A partir da reflexão dos temas abordados nos textos
acima, descreva quais argumentos você considera ser o melhor indicado para
buscar formas de combater a humilhação.
- Com base no que foi apresentado no texto 2, identifique
e relate quais possibilidades e estratégias para a inclusão social e
política com relação aos direitos de todos os seres humanos,
independentemente de sua classe social ou origem ou gênero.
- Indique a importância da experiência educacional e da
prática ubuntu como forma combate a humilhação, independente da condição
socioeconômica.
PARA RESPONDER AS QUESTÕES 4 E 5 ASSISTA NOVAMENTE AO VÍDEO:
“VISTA MINHA PELE”,
<https://www.youtube.com/watch?v=FRq4fkkm5Iw>.
Acesso em 27.jan.2020.
- Numa sociedade
em que a prática do Ubuntu fosse aplicada, descreva como poderia ser a
história retratada neste vídeo?
- Escolha uma das
cenas do vídeo e conte-a a partir das ideias do ubuntu – humanidade para
todos.
Vídeo de Apoio Didático:
“Vista minha pele” Direção Joel Zito Araújo. Produção: Casa de Criação Cinema e Propaganda/ Liminis Produções artísticas. Duração: 28mins. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=FRq4fkkm5Iw>. Acesso em 27.jan.2020.
Leitura Complementar
Caderno do Aluno – São
Paulo Faz Escola – Volume 3 – Filosofia.
ORIENTAÇÕES:
Busque compreender e aplicar conceitos básicos para responder as
atividades.
Enviar para o e-mail: romeumontoropei@gmail.com.
ATIVIDADE
DE SOCIOLOGIA – 3º BIMESTRE
2ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO
TURMAS “A” e “B”
PROFESSOR
EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
“A tortura
deu lugar às descobertas mecânicas
mais
engenhosas, cuja produção dá trabalho
a uma
imensidade de honestos artesãos.”
Karl Marx
HABILIDADE (EM13CHS404) identificar e discutir os
múltiplos aspectos do trabalho em diferentes circunstâncias e contextos
históricos e/ou geográficos e seus efeitos sobre as gerações, em especial, os
jovens e as gerações futuras, levando em consideração, na atualidade, as
transformações técnicas, tecnológicas e informacionais.
TEMA: Divisão social do
trabalho
Leitura e
Análise de Texto I
Texto
I
“O esfacelamento do mundo feudal
consistiu em um longo processo, no qual as velhas formas de trabalho artesanal
foram sendo substituídas pelo trabalho em domicílio, a partir do campo,
produzindo para as indústrias em desenvolvimento nas cidades. Assim, durante o
século XIV, foram desenvolvidas as indústrias rurais em domicílio, como forma
de aumentar a produção. Os comerciantes distribuíam a matéria-prima nas casas
dos camponeses e ali era executada uma parte ou a totalidade do trabalho. Essas
indústrias representaram uma forma de transição entre o artesanato e a
manufatura e permitiram a acumulação de capital nas mãos desses comerciantes,
além de formar mão de obra para o trabalho industrial nas cidades.”
Elaborado especialmente
para o São Paulo faz escola
Texto II
“[...] Na Idade Média, as pessoas
trabalhavam nos campos, ligadas a um senhor feudal, ou moravam nos burgos e
eram artesãos. Em todos esses momentos da história, as pessoas executavam algum
trabalho, mas não tinham emprego. O emprego só se disseminou com o capitalismo,
quando o trabalhador passou a vender sua força de trabalho (física ou mental) em
troca de um salário. Ao conseguir o emprego, o trabalhador assina um contrato
de trabalho que especifica suas funções. Ao contrário do que ocorria na
Antiguidade, em que os escravos eram uma propriedade, e na Idade Média, em que
os trabalhadores eram servos presos à terra do senhor feudal, no capitalismo os
trabalhadores são “livres” para procurar outras condições de trabalho em um
novo emprego.”
Elaborado especialmente
para o São Paulo faz escola.
Exercício
I:
Com base na leitura dos textos acima, especifique
o significado de manufatura e anote dois fatores do sistema produtivo da época
que foram essenciais para o seu desenvolvimento.
Conforme os textos acima, a mudança
no mundo do trabalho com configuração social pautada nos moldes capitalista,
fez-se solo fértil para pensadores como Marx, Weber e Durkheim dedicarem
esforços para analisá-lo e compreendê-lo. Mediante
suas teorias, percebemos que cada um se aprofunda em determinado tema. Marx
aborda a divisão social que culmina entre patrões e empregados nas sociedades
capitalistas; Weber traz à luz da discussão, o deslocamento do trabalho como
castigo ou tortura para o lugar daquilo que oferece reconhecimento e
benefícios; já Durkheim, aponta a relação interdependente que há entre as
pessoas quanto à divisão social do trabalho, ou seja, o que as mantêm
solidarizadas umas com as outras.
RESPONDA:
Exercício
II:
Com base nos textos escritos acima, como os
sociólogos Karl Marx, Max Weber e Emile Durkheim define o tema TRABALHO na
Sociedade Capitalista?
Leitura e
análise de texto II
“A divisão do trabalho existiu em
todas as sociedades, desde o momento em que o homem começou a trocar coisas e
produtos, criando uma interdependência com os outros homens.
Assim, o artesão troca o produto de
seu trabalho, o tecido, pelo algodão, cultivado pelo agricultor. A base da
troca está na necessidade que o indivíduo tem de produtos que ele não produz. A
divisão do trabalho deriva, portanto, do caráter específico do trabalho humano
e ocorre quando os homens, na vida em sociedade, dividem entre si as diferentes
especialidades e ofícios. A divisão do trabalho em ofícios ou especialidades
existiu em todas as sociedades conhecidas e deve muito à divisão sexual do
trabalho. Ou seja, no início, havia uma divisão entre especialidades ou ofícios
que eram preferencialmente atribuídos às mulheres e outros que eram executados
por homens.”
Elaborado especialmente
para o São Paulo faz escola.
Com base na leitura do texto acima, responda as
questões a seguir:
Exercício
III: Dê exemplos de trabalhos que antes eram
executados só por homens e que hoje são executados também por mulheres.
Exercício IV: Dê
exemplos de trabalhos que antes eram executados só por mulheres e que hoje são
executados também por homens.
Leitura e
análise de texto III
“A manufatura se
estendeu de meados do século XVI ao último terço do século XVIII, sendo
substituída pela grande indústria. Na manufatura, foram introduzidas algumas
inovações técnicas que modificaram a forma como o trabalho era organizado. Aos
poucos, o trabalhador foi deixando de ser responsável pela produção integral de
determinado objeto e passou a se dedicar unicamente a uma atividade. Houve um
aceleramento da divisão do trabalho, o que fez com que um produto deixasse de
ser obra de um único trabalhador e se tornasse o resultado da atividade de
inúmeros trabalhadores. Dessa maneira, o produto passava por vários
trabalhadores, cada um resultado não de um trabalhador individual, mas de um
trabalhador coletivo. Essa é a divisão do trabalho que persiste na sociedade
capitalista, e que se caracteriza pela especialização das funções, ou seja,
pela especialização do trabalhador na execução de uma mesma e única tarefa,
especializando-se e especializando o seu corpo nessa operação.
Na divisão
manufatureira do trabalho, o homem é levado a desenvolver apenas uma habilidade
parcial, limitando o conjunto de habilidades e capacidades produtivas que
possuía quando era artesão. É isso que torna o trabalhador dependente e o faz
vender a sua força de trabalho; e está só serve quando comprada pelo capital e
posta a funcionar no interior da oficina. Segundo Karl Marx, essa divisão do
trabalho tinha como objetivo o aumento da produtividade e o aperfeiçoamento do
método do trabalho, e teve como resultado o que ele chama de “a virtuosidade do
trabalhador mutilado”1, com a especialização dos ofícios.
Na manufatura,
portanto, a produtividade do trabalho dependia da habilidade (virtuosidade) do
trabalhador e da perfeição de suas ferramentas, e já havia o uso esporádico de
máquinas.
Será apenas na grande indústria que a máquina desempenhará um
papel fundamental,
primeiro com base na mecânica, depois na eletrônica e, atualmente,
na microeletrônica.”
Marx utiliza o termo “mutilado” para enfatizar
a limitação das habilidades do trabalhador, reduzido ao exercício de uma única
e repetitiva atividade.
Elaborado
especialmente para o São Paulo faz escola.
Exercício
V: Tendo como base a leitura do texto acima,
responda a seguinte questão: Como Karl avalia a DIVISÃO DO TRABALHO na sociedade
capitalista?
Leitura
Complementar:
ENEM
Gratuito: O trabalho na concepção de Karl Marx, Max Weber e Emile Durkheim
OBS: A atividade deve ser enviada para o e-mail: romeumontoromedio@gmail.com
Atividade II
– 3º Bimestre
História 2º
Anos A B
Prof.
Francisco
Habilidade:
Identificar os principais valores propugnados pela Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão, de 1789, estabelecendo relações entre sua formulação e o
contexto histórico em que foi produzida.
Habilidade: (EM13CHS502) Analisar situações da vida cotidiana (estilos de
vida, valores, condutas etc.), desnaturalizando e problematizando formas de
desigualdade e preconceito, e propor ações que promovam os Direitos Humanos, a
solidariedade e o respeito às diferenças e às escolhas individuais.
Revolução
Francesa (continuação).
Etapas da Revolução Francesa
Depois da Queda da
Bastilha, o processo de revolução espalhou-se pela França e estendeu-se pelos
dez anos seguintes, sendo somente encerrado quando Napoleão Bonaparte assumiu o
poder do país por meio do Golpe de 18 de Brumário. A Revolução Francesa
pode ser dividida dentro do período das instituições políticas que atuaram no
país:
· Assembleia Nacional Constituinte e Assembleia Legislativa
(1789-1792);
· Convenção Nacional (1792-1795);
· Diretório (1795-1799).
Assembleia Constituinte e Assembleia
Legislativa
Trata-se do período
inicial da Revolução Francesa, o qual foi marcado por grandes transformações,
por meio da redação de uma Constituição para a França e pela atuação da
Assembleia Legislativa. Após a Queda da Bastilha, muitos camponeses, no
interior do país, temendo ficar sem alimentos e muito endividados, partiram
para o ataque.
Esse foi o período
do Grande Medo, que ocorreu entre julho e agosto de 1789, e durante o
qual camponeses começaram a atacar aristocratas e suas propriedades. Assim,
residências da nobreza foram invadidas, saqueadas e destruídas, cartórios foram
atacados para que os títulos de propriedade fossem destruídos etc. Os
camponeses exigiam o fim de alguns impostos e maior acesso aos alimentos.
A burguesia francesa,
temendo esse ímpeto popular, resolveu tomar decisões que aceleraram as
transformações na França e que tinham como objetivo principal controlar o povo.
Assim, no dia 4 de agosto de 1789, foi decretada a abolição dos direitos
feudais que existiam na França. No mesmo mês, foi convocada a redação da
Constituição e foi anunciada a Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão.
Esse foi um dos documentos mais
importantes da Revolução Francesa e, na teoria, decretava que todos os
seres humanos eram iguais perante a lei. No entanto, é importante considerar
que essa ideia de igualdade, para os liberais do século XVIII, estendia-se
apenas ao âmbito jurídico e não alcançava uma dimensão democratizante como o nome do documento pode sugerir.
Nesse contexto de
radicalização popular, a classe média e a burguesia francesa assumiram posições
conservadoras para controlar a ação do povo. A nobreza e o clero, por sua vez,
começaram a fugir da França, pois temiam tudo que acontecia no país. Essa
aristocracia francesa começou a ser abrigada nas nações absolutistas vizinhas,
sobretudo na Áustria e Prússia. Essa nobreza também começou a planejar
a contrarrevolução, com o objetivo de reverter tudo que acontecia na
França. Até mesmo o rei francês, sentindo-se ameaçado, organizou sua fuga da
França, em 1791, com sua esposa, Maria Antonieta. Luís XVI, porém, foi
reconhecido quando estava em Varennes, próximo à fronteira com a Suiça, e
reconduzido para Paris. Antes disso, ele e sua esposa tinham sido obrigados a
abandonarem o Palácio de Versalhes e a instalarem-se no Palácio
de Tulherias.
Além de atacar os
privilégios da nobreza, a burguesia francesa também se voltou contra o clero.
Isso aconteceu por meio da Constituição Civil do Clero, aprovada em 1790.
Essa medida legal promoveu a separação do Estado e da Igreja e tentou colocar a
segunda sob a autoridade do primeiro, uma vez que os padres tinham de jurar
obediência ao Estado. Essa medida e outras tomadas contra o clero lançaram-no
para o esforço contrarrevolucionário.
Os trabalhos da
Assembleia Nacional Constituinte estenderam-se até 1791, quando, finalmente,
foi promulgada a Constituição da França. No texto da Constituição,
determinava-se o fim da monarquia absoluta e estipulava-se que a França era
transformada em uma monarquia constitucional. Isso decepcionou uma ala
mais popular da revolução que almejava que o país fosse transformado em
uma república democrática.
A atuação conservadora da burguesia
francesa à frente da Assembleia Constituinte é exemplificada pelo historiador
Eric Hobsbawm no seguinte trecho que aborda os objetivos econômicos e políticos
dessa classe:
“Economicamente as perspectivas da Assembleia Constituinte eram
inteiramente liberais: sua política em relação aos camponeses era o cerco das
terras comuns e o incentivo aos empresários rurais; para a classe trabalhadora,
a interdição dos sindicatos; para os pequenos artesãos, a abolição dos grêmios
e corporações […]. A Constituição de 1791 rechaçou a democracia excessiva
através de um sistema de monarquia constitucional baseada em um direito de voto
censitário dos “cidadãos ativos” reconhecidamente bastante amplo”.
Com a Constituição de
1791, a Assembleia Constituinte encerrou seu período de funcionamento e foi
substituída pela Assembleia Legislativa. Nessa assembleia,
consolidaram-se dois grupos políticos que possuíam visões bastante diferentes a
respeito dos rumos da revolução. Os girondinos eram parte da
burguesia que acreditava que as grandes mudanças necessárias já tinham
acontecido e, por isso, possuíam uma visão mais conservadora. Já
os jacobinos eram membros da burguesia que acreditavam que as mudanças
deveriam ser ainda mais radicais do que as que estavam em curso.
A primeira reunião da
Assembleia Legislativa iniciou-se em 8 de outubro de 1791, e a atuação dessa
instituição durou até 7 de setembro de 1792. Nesse período, a França teve de
lidar com a ação estrangeira contra a revolução,
pois Áustria e Prússia, liderando os esforços
contrarrevolucionários, invadiram o país e forçaram a França a declarar guerra
a ambos.
A ação de Áustria e
Prússia contra a França deveu-se pelo fato de que o processo revolucionário
francês era visto como grande ameaça por todas as nações absolutistas da
Europa. Com a guerra, os jacobinos declararam “pátria em perigo”, uma vez que
as tropas estrangeiras se aproximavam de Paris, e a população francesa começava
a se armar para resistir. A guerra também contribuiu para a radicalização da
revolução e deu início a uma fase conhecida como Terror. Esse clima de
guerra fez com que os jacobinos e os sans-culottes tomassem a frente da revolução,
e, com isso, a monarquia francesa acabou sendo derrubada
pelos sans-culottes, instaurando-se a República em 1792.
Convenção
A Convenção Nacional iniciou seus trabalhos a partir
de 20 de setembro de 1792 e substituiu a Assembleia Legislativa. Os
participantes da Convenção Nacional foram eleitos por sufrágio universal masculino, e,
com ela, a França transformou-se em uma República. Antes da posse da Convenção,
o rei francês havia sido capturado e feito prisioneiro. Daí surgiu um grande
debate: a execução do rei.
Esse debate dividiu a
Convenção com os girondinos defendendo que o rei fosse exilado enquanto os
jacobinos defendiam que o rei fosse executado. O destino do rei e de sua esposa
foi decidido quando foram encontrados documentos que atestavam o envolvimento
de Luís XVI com o rei austríaco. Resultado: Luís XVI e Maria Antonieta
foram acusados de traição e guilhotinados em 1793.
Com o endurecimento da
guerra, a França ficou sob o controle dos jacobinos, que contavam com o apoio
popular. Os jacobinos criaram o Comitê de Salvação Pública, instituição em
que eles tomavam as decisões mais importantes da França. Iniciou-se uma intensa
perseguição a todos aqueles que, aos olhos jacobinos, representavam uma ameaça
à revolução. O regicídio foi uma dessas execuções voltadas para os que
conspiravam contra a revolução.
Os jacobinos conseguiram
colocar as massas populares sob seu controle, mas a situação da guerra
agravou-se com a execução de Luís XVI. As nações absolutistas europeias ficaram
indignadas com a execução do rei e reagiram formando uma coalizão para derrubar
a revolução na França. Esse grande exército contrarrevolucionário era
financiado pela Inglaterra.
O período em que os
jacobinos, sob a liderança de Maximilien Robespierre, estiveram
à frente da revolução ficou conhecido como Terror. O nome faz menção à
perseguição dos opositores por meio da Lei dos Suspeitos, que julgava
e condenava aqueles considerados traidores com morte na guilhotina. Estima-se
que cerca de 17 mil pessoas tenham sido mortas nesse período em cerca de 14
meses.
Apesar da radicalidade,
os jacobinos conseguiram resolver problemas imediatos da França, pois
estabilizaram o valor da moeda francesa, aumentaram o exército francês gastando
menos, conseguiram derrotar as tropas que tinham invadido a França e
conseguiram estabilizar a situação das rebeliões pelo país.
De toda forma, essa
atuação radical dos jacobinos gerou um natural reação dos grupos conservadores
da França. Assim, os girondinos conspiraram e articularam, com o apoio da alta
burguesia da França, um golpe contra os jacobinos conhecido como Reação
Termidoriana e que aconteceu em 1794. Com esse golpe contra os
jacobinos, muitas medidas tomadas por eles foram revertidas, e a liderança
jacobina (incluindo Robespierre) foram sumariamente guilhotinadas.
Diretório
O Diretório substituiu a Convenção em 1795
durante um período em que a revolução esteve nas mãos dos girondinos e da alta
burguesia francesa. As medidas mais radicais tomadas pelos jacobinos foram revogadas,
inclusive retorno do voto censitário. Nesse momento, os girondinos usaram
frequentemente da força para conter o povo e resistiram a inúmeras tentativas
de golpes.
A situação da França
permaneceu instável e isso fez com que a alta burguesia francesa visse no
autoritarismo uma esperança para resolver a situação da França. A população
estava insatisfeita, a economia estava ruim, e a guerra continuava a ameaçar o
país, então a ditadura foi vista como solução.
A imagem de uma figura
forte e autoritária surgiu como possibilidade de resolução dos problemas
franceses e disso nasceu o apoio a Napoleão Bonaparte, general do exército francês que
liderava as tropas francesas contra as coalizões internacionais. Com isso,
Napoleão organizou um golpe e tomou o poder em um evento conhecido
como Golpe do 18 de Brumário, que aconteceu em 1799.
Consequências
A Revolução Francesa
estendeu-se por dez anos e, nesse período, uma série de transformações
aconteceu naquele país. As transformações trazidas pela Revolução Francesa,
porém, não se mantiveram apenas na França e espalharam-se pelo mundo.
Elas foram:
· Fim dos privilégios da aristocracia
(nobreza e clero) na França;
· Fim dos resquícios do feudalismo e início da consolidação do
capitalismo;
· Queda do absolutismo em toda a
Europa;
· Inspirou os movimentos de independência na América, sobretudo das nações colonizadas
pela Espanha;
· Popularizou a república como forma de
governo;
· Popularizou a ideia de separação dos
poderes;
· Garantiu a aplicação dos ideais liberais
de liberdade individual do lema “todos os homens são iguais perante a lei”;
· Consolidou o nacionalismo enquanto
ideologia de reconhecimento do dever patriótico.
Atividade
de Fixação
1)- No decurso da Revolução Francesa,
destacaram-se várias facções ou agrupamentos políticos conhecidos por
denominações específicas. Esclareça os interesses defendidos pelos Girondinos e
pelos Jacobinos e indique qual destes, no recinto do plenário da Assembleia,
sentava-se na ala esquerda.
2)- Por que ocorreu o Golpe do 18 de Brumário?
3)- Quem eram os montanheses e os "Sans-Culottes"?
4)- Por que o período do Diretório é caracterizado como um retrocesso
revolucionário?
5)- O que foi a Lei do Maximum, estabelecida por Robespierre durante a
Convenção?
OBS: A atividade deve ser enviada para o e-mail: romeumontoromedio@gmail.com
II ATIVIDADE DE PROJETO DE VIDA
2º A B
3º BIMESTRE
HABILIDADE: EM13CHS404) identificar
e discutir os múltiplos aspectos do trabalho em diferentes circunstâncias e
contextos históricos e/ou geográficos e seus efeitos sobre as gerações, em
especial, os jovens e as gerações futuras, levando em consideração, na
atualidade, as transformações técnicas, tecnológicas e informacionais.
CONHECENDO O SISTEMA DE AUTOAVALIAÇÃO
SOCIOEMOCIONAIS
https://www.youtube.com/watch?v=zzaEJ82mBqY
Assista a vídeo aula de Projeto de
Vida e a partir de 29:00 minutos inicia a explicação de como acessar o SED e
responder as rubricas.
Lembrando
que o acesso para o site da SECRETARIA ESCOLAR DIGITAL (SED) é seu número do
R.A. (Registro de Aluno) como login (apenas números).
A
primeira senha é a sua data de nascimento (sem as barras).
Responda a uma autoavaliação que está
disponível na SED, que trata sobre as competências socioemocionais e o projeto
de vida.
II ATIVIDADE DE GEOGRAFIA
2º A B
3º BIMESTRE
PROFESSOR: CÁSSIO
HABILIDADE: (EM13CHS105) Identificar, contextualizar e criticar as tipologias evolutivas (como populações nômades e sedentárias, entre outras) e as oposições dicotômicas (cidade/ campo, cultura/natureza, civilizados/bárbaros, razão/sensibilidade, material/virtual etc.), explicitando as ambiguidades e a complexidade dos conceitos e dos sujeitos envolvidos em diferentes circunstâncias e processos.
Transição
demográfica
A transição
demográfica é uma premissa social elaborada pelo demógrafo estadunidense
Frank Notestein, na primeira metade do século XX, para refutar, por meio de
números e dados, a teoria populacional malthusiana,
que afirmava que o crescimento demográfico ocorria em ritmo exponencial. Na
concepção da transição demográfica, verifica-se que, na verdade, existe uma
tendência em que as populações de diferentes lugares crescem conforme ciclos
que se intensificam e depois se reduzem sob as mais diversas razões.
A teoria da transição demográfica afirma que não
existe um processo único e constante de explosão
demográfica ou crescimento populacional muito elevado. Quando
esse fenômeno ocorre, postula-se que a tendência por parte dos diversos lugares
é que haja uma posterior estabilização, sobretudo pelas sucessivas modificações
nas taxas de natalidade
e mortalidade. O principal efeito da transição demográfica, nesse
sentido, seria o processo de envelhecimento
populacional.
De
acordo com os principais teóricos da teoria
populacional em questão, a transição demográfica pode ser
segmentada em quatro diferentes
fases.
1ª
fase – Pré-transição
A primeira fase da transição demográfica, também
chamada de pré-transição, ocorre quando há um certo equilíbrio entre as taxas
da natalidade e mortalidade, porém ambas com valores muito altos. Nesses casos,
são sociedades que contam com um baixo desenvolvimento econômico e social, onde
nascem muitas pessoas anualmente e, ao mesmo tempo, perdem-se muitas vidas em
razão de epidemias, baixa expectativa de vida e precárias condições sanitárias.
Um cenário como esse pôde ser visto na Europa na fase inicial de sua
industrialização.
2ª
fase – Aceleração ou explosão demográfica
Na
segunda fase ocorre aquilo que muitos denominam por explosão demográfica, o crescimento
acentuado da população em um curto período de tempo. Mas a teoria da transição
demográfica demonstra que esse processo não ocorre pelo aumento das taxas de
natalidade, e sim pela diminuição brusca das taxas de mortalidade, em razão das
melhorias sociais em termos de saúde, saneamento, acesso à água e outros
fatores.
Esse
processo ocorreu na Europa ao longo do século XIX, em boa parte dos países
emergentes ao longo do século XX (inclusive no Brasil) e atualmente acontece
nos países periféricos, com destaque para a Nigéria e outras nações em
desenvolvimento. O continente europeu também acompanhou uma explosão
demográfica acentuada no período pós-guerra, o que gerou a expressão
“geração baby boom”.
3ª
fase – Desaceleração demográfica
À medida que as sociedades se desenvolvem, a tendência
geral é haver uma redução nas taxas de natalidade, o que se explica pela
difusão do planejamento familiar, a inclusão da mulher no mercado de trabalho,
a intensiva urbanização (no campo, as taxas de fecundidade são sempre maiores),
entre outros fatores. Por esse motivo, há um gradativo processo de declínio do
número de nascimentos, o que acontece em uma velocidade inferior à queda da
mortalidade.
Esse processo passou a ser vivido no Brasil na segunda
metade do século XX, sobretudo a partir da década de 1970. Atualmente, as taxas
de natalidade do Brasil são baixíssimas, quase sempre inferiores a 1% por ano.
4ª
fase – Estabilização demográfica
A estabilidade demográfica é atingida quando as taxas
de natalidade e mortalidade finalmente se equilibram, mantendo patamares que,
embora possam apresentar oscilações conjunturais, mantêm-se em médias muito
baixas. Nesse cenário, diz-se que há um total controle do crescimento
demográfico.
Observe o
gráfico a seguir:
Gráfico esquemático dos processos cíclicos da
transição demográfica
Diante desse panorama, nota-se que o crescimento
populacional é contido, o que representa, de certa forma, uma vantagem. Por
outro lado, quando isso acontece, há também o processo do envelhecimento populacional, pois a
elevada expectativa de vida e a baixa natalidade geram um aumento médio da
idade da população, o que proporciona a queda da população economicamente ativa
e a possibilidade crescente de uma crise econômica e social.
Em muitos países europeus, a realidade do
envelhecimento populacional bate à porta, pois o número médio de filhos por
casal é inferior a dois e o número de idosos é cada vez maior. Muitos países –
como França e Alemanha – realizam diversas campanhas e até fornecem incentivos
financeiros para os casais que desejam ter um segundo ou terceiro filho. O
Brasil também se vê ameaçado por esse problema, de modo que deixamos de ser
considerados como um “país jovem” para nos tornarmos um “país adulto”.
Responda:
1) “(…) A generalização da transição
demográfica para um número crescente de países, independentemente de seu
desenvolvimento econômico, vem reforçando a ideia da velocidade maior dessa
transição quanto mais tarde ela se inicie. Não está suficientemente claro, no
entanto, se a velocidade é maior ou se os patamares mais elevados das
transições mais recentes resultam em reduções mais drásticas das taxas em
curtos espaços de tempo”.
PATARRA, N. Transição demográfica: novas
evidências, velhos desafios. Rev. Bras. Estudos Pop., Campinas, 11 (1), 1994,
pp.27-40.
Se quanto mais tardia for a transição
demográfica, conforme o comentário da autora do texto acima, mais acelerada ela
ocorrerá, então podemos dizer que, no Brasil, esse processo é:
a) acelerado, pois a transição
demográfica brasileira iniciou-se nos últimos dez anos.
b) lento, pois a evolução do crescimento
da população brasileira vem desde tempos coloniais.
c) acelerado, pois o Brasil ainda se
encontra em uma fase preliminar desse processo, indicando seu início recente.
d) lento, pois a população brasileira já
é considerada idosa, o que indica a desaceleração nas mudanças etárias.
e) acelerado, pois o ritmo de
crescimento populacional do país é cada vez mais intenso com o passar dos anos.
2) “Brasil discute nesta semana com
ministros de países do Brics – grupo de países emergentes integrado pela
Rússia, Índia, China e África do Sul – como conter a aceleração do envelhecimento
da população, entre outros assuntos. Para o subsecretário da Política de
Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, Ricardo Paes de
Barros, o país não está sabendo construir barreiras para conter o problema,
também enfrentado pelos chineses”.
DINIZ, F. País discute com Brics como
conter avanço do envelhecimento. Portal Terra, 10 fev. 2015. Disponível em:
http://economia.terra.com.br. Acesso em: 05 jun. 2015.
O principal objetivo em conter o
envelhecimento demográfico em um país é:
a) a elevação das taxas de desemprego
b) a redução dos gastos previdenciários
c) o controle dos índices de pobreza
d) o aumento da esperança de vida
e) a redução da “explosão demográfica”
3) A transição demográfica indica as mudanças no crescimento da
população de um determinado local por meio da alteração no equilíbrio entre
natalidade e mortalidade. Essa dinâmica também reverbera em mudanças na
composição do perfil etário, de modo que podemos dizer que a pirâmide
populacional de um país, durante uma fase avançada desse processo, apresenta um
formato:
a) triangular, graças à elevação dos índices nominais de
natalidade
b) disforme, pois não é possível prever os resultados em termos
etários
c) triangular inverso, com o número desproporcionalmente alto de
idosos
d) quadrado, com pouca diferença numérica entre idosos e jovens
e) oval, com um maior alargamento nos índices da população adulta
4) (UERJ 2018)
No gráfico abaixo,
representa-se o processo de transição demográfica, vivenciado, de forma
diferente, nos países desenvolvidos e nos subdesenvolvidos.
Gráfico da transição demográfica
Identifique, a partir do
gráfico, uma fase em que há reduzido índice de crescimento vegetativo e outra
em que ocorre a elevação desse índice.
Em seguida, apresente dois fatores que justificam, em países subdesenvolvidos, a queda da mortalidade na fase 2.
OBS: A atividade deve ser enviada para o e-mail: romeumontoromedio@gmail.com
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